EUA: órgão de saúde emite alerta de aumento de bactérias resistentes a medicamentos
Bactéria Shigella pode ser transmitida por via fecal-oral, contato pessoa a pessoa e alimentos e água contaminados

Foto: Reprodução/Wikipedia
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, emitiram na sexta-feira (24), um alerta de saúde sobre o aumento de uma bactéria resistente a medicamentos chamada Shigella.
Segundo o comunicado, existem tratamentos antimicrobianos limitados disponíveis para essas cepas específicas de Shigella resistentes a medicamentos que também são facilmente transmissíveis. Ela também é capaz de espalhar genes de resistência antimicrobiana para outras bactérias que infectam os intestinos.
As infecções por Shigella, conhecidas como shigelose, podem causar febre, cólicas abdominais, vontade intensa de evacuar e diarreia com sangue. A bactéria pode ser transmitida por via fecal-oral, contato pessoa a pessoa e alimentos e água contaminados.
Embora a shigelose normalmente afete crianças pequenas, o CDC diz que começou a ver mais infecções resistentes a antimicrobianos em populações adultas – especialmente em homens que fazem sexo com homens, pessoas em situação de rua, viajantes internacionais e pessoas vivendo com HIV.
O CDC diz que os pacientes se recuperam da shigelose sem nenhum tratamento antimicrobiano e podem ser cuidados com hidratação oral, mas para aqueles infectados com cepas resistentes a medicamentos, não há recomendações de tratamento se os sintomas se tornarem mais graves.
Porcentagens de infecções
A porcentagem de infecções por cepas resistentes a medicamentos da bactéria aumentou de zero em 2015 para 5% em 2022, de acordo com o CDC.
Em todo o país, existem quase 3 milhões de infecções resistentes a antimicrobianos a cada ano e mais de 35.000 pessoas morrem como resultado, de acordo com o CDC.
Um relatório recente das Nações Unidas (ONU) apontou que cerca de 5 milhões de mortes em todo o mundo foram associadas à resistência antimicrobiana em 2019 e que o número anual deve aumentar para 10 milhões até 2050 se não forem tomadas medidas para impedir a propagação da resistência antimicrobiana.