'Exploração política', diz Lula ao rebater críticas de participação ao desfile de 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial
Presidente diz que tratou com Putin sobre o desejo de uma resolução pacífica para o conflito com Ucrânia

Foto: Reprodução/Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu as críticas após ter feito uma visita à Rússia, em um encontro com o líder Vladimir Putin. Em uma coletiva de imprensa antes de viajar para a China, Lula afirmou que as críticas contra a presença no evento que marcou os 80 anos da derrota dos nazistas trata-se de "exploração política".
Ao viajar para Moscou, na Rússia, e se encontrar com o líder russo, o presidente brasileiro foi muito criticado, inclusive por representantes do governo ucraniano, que afirmaram que o líder brasileiro não tem mais condições de atuar como mediador de um acordo de paz entre os dois lados.
Opositores do governo Lula, no Brasil, julgaram o fato do presidente ter participado do evento ao lado de vários ditadores, como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Aleksandr Lukashenko, de Belarus.
O presidente brasileiro afirmou que as críticas não passam de "exploração política", e que caso ele siga tudo que os críticos alegam, não poderá fazer nada. O presidente rebateu os opositores e alegou que a presença em comemorações não o incapacita de ser um potencial mediador da paz. Ele ainda enfatizou que discutiu diretamente com Putin, na quinta-feira (9), sobre o desejo de uma resolução pacífica para o conflito.
“A posição do Brasil é muito, mas muito, muito sólida. Ou seja, independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ir à China, independente de eu ir à Argentina, independente de eu ir a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: nós queremos paz”, disse.
Ainda durante a coletiva, Lula contou que a viagem para países como Rússia e China faz parte do planejamento brasileiro em promover o multilateralismo, além de criticar o protecionismo.
O presidente brasileiro reiterou o desejo por acordo de paz entre os países, "desde que os dois lados queiram", e afirmou que os altos investimentos que estão sendo feitos em armamentos, poderiam ser designados a outros setores, como o combate à fome.