Exportações de alimentos para os EUA caíram quase 5% em agosto, aponta ABIA

Açúcares, proteínas e preparações alimentícias são os mais afetados

Por Agência Brasil
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Exportações de alimentos para os EUA caíram quase 5% em agosto, aponta ABIA

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (ABIA) registrou queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos processados ​​em agosto, o equivalente a uma queda de 4,8% em relação a julho. O mercado externo representa 28% do faturamento do setor.

As exportações totalizaram US$ 5,9 bilhões em agosto. Desse volume, US$ 332,7 milhões foram para os Estados Unidos, representando uma queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% em relação a agosto de 2024.

O resultado pode ser atribuído ao aumento de 50% nas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, além dos embarques antecipados em julho, antes da tarifa entrar em vigor.

Em julho, os EUA importaram US$ 460,1 milhões em alimentos processados ​​do Brasil.

Em comparação a julho, os produtos mais afetados nas vendas para os EUA foram açúcares (-69,5%), proteínas animais (-45,8%) e preparações alimentícias (-37,5%).

“O desempenho das exportações nos últimos dois meses mostra uma clara inflexão: o crescimento expressivo em julho foi seguido por uma correção em agosto, especialmente nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, analisou João Dornellas, presidente executivo da ABIA, em nota. A queda observada em agosto, segundo ele, demonstra que o país precisa diversificar seus parceiros comerciais e aumentar sua capacidade de negociação.

A queda no mercado americano coincidiu com um aumento substancial nas vendas para o México, que comprou US$ 221,15 milhões (3,8% do total), principalmente proteína animal.

"O crescimento do México, que coincide com a queda das vendas para os Estados Unidos, indica um possível redirecionamento dos fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para determinar se será estrutural ou meramente temporário", explica o comunicado da associação.

Os mexicanos compraram um total de 43% a mais de produtores brasileiros em agosto; foi o mercado que mais aumentou sua participação no período.

A perspectiva é que o impacto mais significativo seja sentido no acumulado do ano. Segundo a ABIA, estima-se que as vendas de alimentos afetados pelo aumento tarifário no mercado americano tenham caído 80% entre agosto e dezembro, com uma perda acumulada de US$ 1,351 bilhão.

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