Facebook quer usar dados criptografados do WhatsApp para anúncios
A empresa anunciou vários empregos em seu site para quem deseja trabalhar com tecnologias de preservação da privacidade

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O relatório publicado pelo site The Information aponta que o Facebook quer desenvolver um método de análise de bate-papos do WhatsApp sem realmente descriptografar as informações. A suspeita surgiu a partir do anúncio da empresa de Mark Zuckerberg procurando profissionais para analisar a criptografia do aplicativo de bate-papo.
A empresa anunciou vários empregos em seu site para quem deseja trabalhar com tecnologias de preservação da privacidade, como computação segura e anonimização de dados, enquanto "simultaneamente expande a eficiência dos sistemas de publicidade líderes de mercado do Facebook".
O WhatsApp possui um dos diferenciais da criptografia de ponta a ponta. Isso significa que apenas os remetentes e destinatários podem ler as mensagens. Ou seja, nem o próprio aplicativo tem acesso ao conteúdo. Isso deve dar a você a tranquilidade de poder dizer o que quiser sem ninguém ver, ler ou ouvir.
Segundo o The Information, sem acesso ao conteúdo das conversas, fica complicado utilizar o aplicativo de bate-papo para fornecer anúncios direcionados. Esse obstáculo de criptografia do WhatsApp é algo que o Facebook está tentando superar.
Criptografia homomórfica
Uma tecnologia chamada de criptografia homomórfica teoricamente permitiria a coleta de dados para direcionamento de anúncios sem violar a privacidade dos usuários. Outros gigantes da tecnologia, incluindo provedores de computação em nuvem Microsoft, Amazon e Google, também se dedicam ao tema.
Dessa forma, a criptografia homomórfica permitiria que o Facebook respeitasse a privacidade dos dados dos usuários, preocupação de autoridades dos Estados Unidos e Europa, ao mesmo tempo que preserva o modelo de negócios da plataforma.
No Twitter, o CEO do WhatsApp, Will Cathcart, negou que a plataforma esteja pesquisando o uso da criptografia homomórfica. "Não é assim que a tecnologia funciona", afirmou.