Família de Daniela Marys, brasileira presa com drogas no Camboja, afirma que ela é vítima de tráfico humano
O julgamento foi realizado nesta quinta-feira (23); ela tinha viajado para Ásia por causa de uma oportunidade de emprego

Foto: ReproduçãoRedesSociais
A brasileira Daniela Marys de Oliveira está presa no Camboja há sete meses, acusada de posse ilegal de drogas. A família afirma que ela é vítima de tráfico humano e que drogas foram plantadas em sua residência por uma organização criminosa. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (23).
Formada em arquitetura e natural de Minas Gerais, Daniela se mudou com parte da família para a Paraíba e, pouco depois, seguiu para a região em busca de emprego, conforme relatou sua irmã ao g1 Paraíba. Segundo a família, ela enviou diversos currículos online e encontrou uma vaga temporária de telemarketing no Camboja, com possibilidade de duração de até um ano.
Daniela decidiu embarcar para a Ásia no final de janeiro, após não conseguir outras oportunidades. A mãe relata que sempre foi contra a viagem, pois desconfiava do local em que a filha iria se instalar, descrito como isolado e com beliches em excesso.
De acordo com a família, golpistas começaram a pedir dinheiro por meio do celular de Daniela, exigindo cerca de R$ 27 mil, alegando que seria uma multa contratual após uma demissão. Após a transferência, Daniela conseguiu ligar para a mãe e revelou que havia sido detida injustamente por posse de drogas. Ela ainda pediu que fosse feito um teste toxicológico, mas a solicitação não foi atendida.
Daniela contou que a polícia encontrou três cápsulas de droga no banheiro, que, segundo ela, foram plantadas após ela recusar participar de um esquema de golpes online. A Penitenciária Provincial de Banteay Meanchey, onde Daniela está detida, tem histórico de superlotação, mortes e até inundações.
Devido às condições precárias, Daniela chegou a ficar doente. Ela compartilha a cela com outras 90 mulheres. Um levantamento da mídia local aponta que a penitenciária opera com 200% da capacidade, e o número de detentos nas unidades do país aumentou 23% nos últimos anos.


