Família tem palavra final na doação de órgãos, alerta campanha

Pesquisa aponta que quase metade dos possíveis doadores não informam suas famílias sobre suas intenções

[Família tem palavra final na doação de órgãos, alerta campanha]

FOTO: Reprodução

O Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) e a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) lançaram a campanha "Seja Doador de Órgãos e Avise sua Família", com o intuito de alertar que a família tem a palavra final sobre a doação. A campanha é por causa do Setembro Verde. A iniciativa conta ainda com parceria da Sociedade Brasileira de Hepatologia, além de várias organizações não governamentais.

De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes, 1.126 pessoas estão na fila de espera por um transplante de fígado e mais de 45 mil pessoas aguardam por um transplante de órgãos sólidos e de tecidos.

Segundo o presidente do Ibrafig, o hepatologista Paulo Bittencourt, cada doação feita pode salvar a vida de oito pessoas, a partir de um único doador. No entanto, por causa da pandemia da covid-19, o número de doações por milhão de habitantes caiu para valores bem abaixo da meta necessária para reduzir a morbimortalidade das pessoas em fila de espera para transplantes. 

A pesquisa Doação de Órgãos foi encomendada pelo Ibrafig, entre os dias 2 e 7 de agosto passado, ao Instituto Datafolha e ouviu 1.976 pessoas com 18 anos ou mais, moradoras em 129 municípios e pertencentes a todas as classes econômicas. O levantamento revelou que sete em cada dez brasileiros gostariam de ser doadores de órgãos ao morrer. Entretanto, cerca de metade desses potenciais doadores (46%) não informou à família sobre o seu desejo.

A sondagem mostrou ainda que a intenção de doação de órgãos diminui com a idade, sendo de 79% entre os entrevistados de 18 a 24 anos, e de 55% entre pessoas com 60 anos ou mais. O desejo de doar aumenta com a escolaridade. Alcança 56% entre pessoas com ensino fundamental, contra 79% dos brasileiros com ensino superior. A renda é outro fator que contribui para a maior intenção de doar: 55% nas classes D e E e 78%, nas classes A e B.

De todos os entrevistados, 30% declararam não querer doar seus órgãos ao morrer. Dezesseis por cento alegaram desejo de continuar inteiros ou não serem manipulados após a morte, 13% apresentaram motivos religiosos, 11% mostraram falta de vontade ou de interesse em doar, 9% citaram doenças pré-existentes.
 


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