Farol da Bahia testa Renault Oroch que ganha vida nova com motor turbo de 170cv

Motor turboflex desenvolvido com a Mercedes traz agilidade e desempenho para a pick-up

Há um bom tempo o segmento de Pickups pequenas é bastante concorrido no Brasil. Distante dos modelos maiores, as utilitárias com estrutura mais leve (monobloco) conquistaram espaço como a Fiat Toro hoje ainda sem concorrentes além da Renault Oroch. Mas fato é que a própria Renault afirma que mira nos compradores da Strada e não da Toro. E há razões para isso. 

Em abril deste ano, a Renault Oroch ganhou mudanças visuais e de motorização sete anos após a seu lançamento mas ainda assim com a mesma plataforma B0 do Duster, Sandero e Logan. E para se destacar a Renault equipou a novidade com um motor de 1.3 litro turbo de até 170 cv e novos equipamentos para atrair o consumidor da Fiat Strada.

Mesmo com monobloco como a Fiat Toro, para os executivos da Renault, a Oroch briga diretamente com a Strada, uma vez que a estratégia é tentar fugir da Toro, que é mais bem equipada, tem um melhor nível de acabamento e motorização mais potentes com um importante diferencial: é bem mais em conta que a Toro em todas as versões.

Além disso, a Toro mais completa, sem motor turbodiesel, é vendida na configuração Volcano com propulsor turbo de 1.3 litro de até 185 cv por R$ 171.089. Já a Strada, que é um dos veículos mais comercializados no país, na opção topo de linha Ranch cabine dupla com motor aspirado de 1.3 litro Firefly de até 107 cv com transmissão automática CVT sai por R$ 130.127. 

Desta forma, a pick-up da Renault é apenas R$ 12 mil mais cara do que a da Fiat, e mesmo assim, parece ter atraído novos clientes,  já que em julho deste ano a Oroch teve 1.368 unidades emplacadas e 5.202 unidades vendidas entre janeiro e o mês passado. Os dados são da Fenabrave e os preços têm como base o estado de São Paulo.

Pontos positivos e negativos 

Se você quer comprar uma Renault Oroch precisa saber primeiro os defeitos. O acabamento interno, embora tenha melhorado em relação à versão anterior, ainda deixa a desejar com muito plástico duro, que ao longo do tempo irá fazer barulho. Ate mesmo as forrações de porta são bem simplificadas e com peças “ocas” denotando sua frugalidade.

Também falta um painel de instrumentos 100% digital em uma versão mais cara. Já a central multimídia tem 8 polegadas do tipo flutuante com conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, mas tem um sistema lento perto da Uconnect da Fiat. Ainda há engasgos ao manusear os aplicativos, além da resolução da tela não ser muito boa. 

O carregador por indução é uma inovação vista na Toro e indisponível na Strada. Contudo, ele não carrega o smartphone rapidamente. Também só há um ponto de USB no painel, a chave ainda tem estilo canivete, a tampa da caçamba é mais pesada do que a rival e o espaço interno para os passageiros dos bancos traseiros deixa um pouco a desejar.

A versão Outsider ainda conta com computador de bordo, ar-condicionado digital, freios ABS e airbags duplos, que são obrigatórios, controle de tração, controle de estabilidade, sistema anticapotamento, assistente de partida em rampas, sensor crepuscular, sensor de chuva, santantônio tubular, câmera de ré, bancos com revestimento premium, rodas de 16 polegadas com acabamento diamantado, entre outros equipamentos. Isso mostra o quanto a Oroch evoluiu nesta versão mantendo os modelos Pro e Intense menos equipados e mais baratos. 

A maior virtude da Renault Oroch é sem dúvida a motorização de 1.3 litro turbo TCe, que entrega 162 cv com gasolina e 170 cv com etanol. Sempre a 5.500 rpm. O torque é de 27,5 kgfm a 1.600 rpm para os dois combustíveis. Inclusive, esse propulsor também equipa o Duster e o Captur. A transmissão é automática do tipo CVT, que simula oito marchas. Esse trem de força confere uma boa arrancada e uma retomada sem deixar a desejar, o que é fundamental para quem carrega muito peso. No caso da pick-up da Renault, é possível levar tranquilamente 683 litros na caçamba.

Outro ponto importante é o consumo. Em um teste recente com a Renault Oroch, a pick-up chegou a fazer 15,6 km/l em um trecho urbano e rodoviário. Nesta nova avaliação, com gasolina fizemos uma média de 10,5 km/l em um trecho combinado. Já com etanol ainda vantajoso em alguns estados ela marcou consumo de 9,4 km/l.

Visual e dimensões

Visualmente esta nova versão da Renault Oroch não mudou muito, mas ganhou detalhes que a deixaram mais moderna. A pick-up ganhou lanternas traseiras translúcidas, rack de teto, santantônio, maçanetas na cor diferente da carroceria, mas faltou faróis de LED. O modelo também passa a contar com novos nichos para os faróis de neblina. 

Em relação às dimensões, a Renault Oroch tem 4.719 mm de comprimento, 2.829 mm de entre-eixos, 1.834 mm de largura e 1.634 mm de altura. O ângulo de entrada é de 27,5 graus, o ângulo de saída é de 22,4 graus e o vão livre do solo é de 212 mm. A capacidade do tanque de combustível é de 45 litros, o que confere uma autonomia de até 495 km.

3 versões e um veredito

A Renault ainda vende a Oroch em mais duas versões. A configuração de entrada Pro sai por R$ 111.300 e a Intense custa R$ 117.100. Ambas são equipadas com motor de 1.6 SCe de até 120 cv com torque de 16,2 kgfm. A transmissão é manual de seis velocidades ou automático CVT.

Portanto, é pelos níveis de equipamento e pelo preço, que a Renault Oroch vai tentar atrair os clientes da Fiat Strada sendo bem mais generosa no tamanho e bem mais em conta com motor aspirado ou mais divertida com motor turbo.


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