Ferramenta virtual será fundamental

Atendimentos médicos à distância, a chamada telemedicina, foi regulamentada essa semana pelo Ministério da Saúde, também devidamente aprovado, ontem, em plenário na Câmara dos Deputados. É, por certo, uma ferramenta virtual fundamental durante a pandemia da Covid-19 (novo coronavírus) que se alastra dia a dia pelo país.

Liberar a telemedicina é possibilitar que médicos atendam à distância, dentro dos limites éticos e de cada especialidade, ao menos enquanto hospitais e pronto atendimentos estiverem sobrecarregados com suspeitas e casos confirmados da doença. 

Entidades profissionais, como o Conselho Federal de Medicina e o Conselho Federal de Psicologia, já liberaram a prática em meio à crise do coronavírus.

A costura do Projeto de Lei é inteligente, tem que ser elogiado. Determina que o médico informe ao paciente todas as limitações da telemedicina e que sugira ao paciente pagar pelas consultas particulares. Outro ponto importante é que o poder público ficará responsável pelo custeio de atividades realizadas exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Mas, ainda há um temor, bastante pertinente: a perda da qualidade nos atendimentos, afinal, o contato pessoal do médico com o paciente sempre foi premissa máxima da medicina. Por outro lado, é preciso, sim, testar, principalmente num país, como o Brasil, onde a medicina ainda é irrisória ou nula (simplesmente não chega) a muitas localidades. 

O momento é convidativo à telemedicina, com um vírus que, para se evitar a infeção, pede-se o menor contato físico possível, principalmente com pessoas com saúde frágil ou que apresentem sintomas de gripe.