FGV: 27 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza
Mesmo com auxílio emergencial, 40% dos trabalhadores não terão as perdas compensadas

Foto: Reprodução/A Gazeta
O número de cidadãos que vivem abaixo da linha da pobreza triplicou em meio a pandemia do coronavírus e agora, atinge cerca de 27 milhões de pessoas, o equivalente a 12,8% da população brasileira. O levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado nesta quinta-feira (8) também aponta que muitas famílias tentam sobreviver com o valor de R$ 246,00 (US$ 43,95) por mês.
Os pesquisadores afirmam que os altos níveis de desemprego e a ausência de políticas públicas dificultaram o acesso à renda, conduzindo para o pior cenário da pobreza no Brasil, nos últimos dez anos. De acordo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), somente o estado fluminense acumulou mais de um milhão de demissões em postos de empregos formais de março de 2020 a fevereiro deste ano.
A nova pesquisa da FGV, mostra que como o novo auxílio emergencial mais de 40% dos trabalhadores não conseguirão ter suas perdas de renda compensadas após o tempo de interrupção. Considerando o repasse do valor de R$ 150, a estimativa é que a perda de renda será de 2% para os homens e de 4% para as mulheres, que pode agravar ainda mais a situação da fome.
Há mais de 30 anos, a ONG Ação da Cidadania com núcleos de voluntários em todo o Brasil, está promovendo a campanha Brasil sem fome, que conta com apoio da sociedade civil e o setor privado para levar alimentos aos mais atingidos pela crise econômica. Até o momento, a iniciativa ajudou mais de 48.000 pessoas, distribuindo mais 12 mil cestas pelo país.
Em 2020, foram arrecadados o suficiente para 10.000 mil toneladas de alimentos que apoiaram quase quatro milhões de brasileiros e brasileiras em todo o país. Neste ano, porém, a situação financeira também causa impacto nas doações. A Ação da Cidadania comprava e distribuía cerca de 80 mil cestas por mês, mas agora só está conseguindo distribuir 8 mil cestas por mês, 10% do que recebia no ano passado.
“A campanha visa, de uma forma emergencial arrecadar o máximo de alimentos e distribuir em todo o país. A gente está fazendo uma campanha para doar agora, hoje, amanhã, e a gente precisa muito dos empresários e das empresas que doem, porque numa pandemia o remédio que a gente tem é a solidariedade.“, destacou o presidente da ONG, Daniel Souza.