FGV: Taxa de investimento no Brasil teve pior década em 50 anos
Números devem levar o país a figurar entre as menores taxas do mundo em 2021

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A taxa de investimentos no Brasil teve a pior década em 50 anos e, em 2020, foi muito menor do que a média observada em países emergentes ou nas economias da América Latina, de acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Na média dos anos 2011-20, o indicador ficou em apenas 17,7% do Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando as dificuldades no orçamento do setor público e também a fraqueza dos gastos das empresas com máquinas e equipamentos, infraestrutura, construção e inovação.
O levantamento dos pesquisadores Juliana Trece e Claudio Considera, divulgado antecipadamente ao G1 nesta quinta-feira (20), mostra que a taxa de investimentos apresentou em 2020 uma pequena elevação, fechando o ano em 16,4%, contra 15,3% em 2019. No entanto, os números ainda estão distantes do patamar de 2013 (20,9%) e da média de 21,9% dos anos anos 70 e 80.
Em meios às incertezas relacionadas à pandemia do coronavírus e com a situação fiscal do país, sobretudo o elevado endividamento do governo, a pesquisadora avalia que o "cenário não é animador", mas afirma que a reversão do atual quadro é fundamental para o crescimento do PIB e para a geração de empregos. "Já estamos há 4 décadas em queda. Cada vez está diminuindo mais, e o Brasil nunca teve uma taxa de investimento alta como em outros países. Então isso é extremamente preocupante", afirma Trece.


