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Fim do contrato da ViaBahia: falta de debate sobre nova concessão e pedágio alto preocupam ALBA

Em entrevista, deputado Ricardo Salles afirmou que processo licitatório em andamento é "um faz de conta"

Por Ane Catarine Lima
Ás

Atualizado
Fim do contrato da ViaBahia: falta de debate sobre nova concessão e pedágio alto preocupam ALBA

Foto: Eduardo Salles e Ivana Bastos - Crédito: ALBA | Vaner Casaes / ALBA

Após o encerramento do contrato da ViaBahia, concessionária responsável pela administração das rodovias BR-116, BR-324, BA-526 e BA-528, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) passou a assumir oficialmente a gestão dos trechos até que seja realizado o leilão para a licitação que contratará uma nova concessionária.

Paralelamente, a Infra S.A. está elaborando estudos para um novo contrato de concessão. A expectativa é que todo o processo seja concluído até dezembro deste ano.

A celeridade na elaboração desse novo contrato por parte do governo federal, no entanto, tem gerado preocupação ao presidente da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), o deputado estadual Eduardo Salles (PP).

No projeto apresentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nas audiências públicas já realizadas, há uma sugestão que pode tornar o tráfego pelas rodovias mais caro e estender ainda mais o prazo da concessão.

Em entrevista ao Farol da Bahia, Eduardo afirmou que as discussões estão sendo feitas sem a devida participação popular e com uma pressa injustificada. Segundo ele, é preciso ampliar o debate para que os baianos recebam uma empresa que honre os compromissos assumidos.

"Esse processo licitatório que está em andamento pela ANTT é um faz de conta. Na verdade, ficamos perplexos com a rapidez com que eles querem fazer isso. Temos receio de que uma nova ViaBahia ganhe essa licitação. Nessa nova proposta, eles estão aumentando a concessão de 25 para 30 anos. Temos medo de que uma nova ViaBahia continue administrando as rodovias por mais 30 anos", disse o parlamentar.

"Ninguém entende o motivo de estarem dando tanta celeridade, querendo audiências públicas sem divulgação, sem a participação ativa da população. Eles querem atropelar as etapas, sendo que precisamos de um projeto detalhado para 30 anos", completou.

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Ele criticou ainda a forma como as rodovias foram entregues pela ViaBahia, apontando crateras nas vias e condições inadequadas de circulação de veículos. Por esse motivo, o deputado defendeu que o Ministério Público Federal (MPF) entre com uma ação para impedir que a empresa receba mais dinheiro do governo federal por conta do encerramento do contrato.

"Foram 15 anos de descaso e de não cumprimento de contratos. A ViaBahia é uma empresa que não é séria. Ela enganou os baianos ao longo desses anos, não cumprindo nada do que era de sua responsabilidade. A empresa ainda entregou tudo um caco", criticou Eduardo.

"Quem anda pela BR-324 e BR-116 observa crateras enormes, por exemplo, isso é um absurdo. A ViaBahia não fez melhoria nenhuma e entregou as rodovias totalmente acabadas. Acho que o MPF deveria entrar com uma ação para bloquear os recursos previstos para essa empresa. A ViaBahia precisa pagar pelos estragos deixados", reforçou.


Divulgação/PRF

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A ViaBahia venceu a licitação em outubro de 2009 para administrar, por 25 anos, um trecho de aproximadamente 680 quilômetros das rodovias baianas.

O não cumprimento contratual, somado às críticas relacionadas à gestão e à manutenção das vias, levou ao encerramento da concessão, oficializado em abril

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Na ocasião, o governo federal efetuou o pagamento da indenização determinada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A primeira parcela do acordo, no valor de R$ 231 milhões, já foi quitada.

Ao todo, a concessionária receberá R$ 681 milhões, divididos em duas parcelas, como compensação por investimentos ainda pendentes de pagamento. Além disso, serão repassados mais R$ 211 milhões para encerrar todas as disputas e ações judiciais vinculadas à concessão.

ALBA deve intervir no processo de concessão

Diante do valor que será pago à ViaBahia, do estado precário em que as rodovias foram entregues e da condução pouco transparente das discussões para um novo contrato de concessão, o deputado estadual Eduardo Salles afirmou que a ALBA estuda intervir diretamente no processo.

"Estamos preparando uma intervenção nesse processo. Eles deram até o dia 29 de maio para que todos façam suas considerações. Então, estamos lutando contra isso, afirmou o parlamentar.

A presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos (PSD), também criticou o modelo proposto para a nova concessão e alertou para o valor “abusivo” que poderá ser cobrado dos usuários. A nova proposta da ANTT prevê aumento da tarifa de pedágio de R$ 7 para mais de R$ 25 no trecho entre Salvador e Feira de Santana.

“A Comissão de Infraestrutura da ALBA tem feito um trabalho muito bom, acompanhado as audiências públicas. Para que haja a concessão, é preciso que esses debates aconteçam. O preço do pedágio deve ser na faixa de R$ 25, que é absurdo. A Assembleia Legislativa vai para cima disso e acredito que o governo do Estado também”, concluiu a presidente da Casa.

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