Fiocruz aponta que Brasil tem potencial para novas pandemias
Desflorestamento e a caça de animais silvestres foram destacados como fatores para o surgimento das infecções

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Um estudo liderado por pesquisadoras do IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz) publicado nessa quarta-feira (29), informou que todo o território brasileiro está suscetível a epidemias e pandemias, sendo que as áreas da Floresta Amazônica têm maior probabilidade.
De acordo com a publicação na revista científica Science Advances, a biodiversidade de animais e vegetais do país tem o potencial de servir como incubadora de doenças infecciosas que circulam entre animais e podem ser transmitidas para humanos, chamadas de zoonoses.
Além disso, o desflorestamento e a caça de animais silvestres foram destacados como os fatores de grande relevância para o surgimento das infecções.
Segundo os pesquisadores, foram identificados 173 parasitas que podem causar 76 diferentes tipos de doenças. Eles afirmaram que a carne de caça com via crítica para o risco de “transbordamento” de doenças, quando patógenos exclusivos do meio animal passam a circular entre outras espécies.
O estudo apontou ainda que, apenas 8 Estados brasileiros apresentam níveis baixos de risco de zoonozes. São eles: Pará, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe.
A pesquisadora Cecília Andreazzi, uma das autoras do artigo, afirma que o desflorestamento gera desequilíbrio na dinâmica do local. “A Floresta Amazônica é uma região com alta diversidade de mamíferos selvagens e que vem sofrendo grande perda da cobertura florestal. Muitas espécies estão ficando sem habitat devido ao desmatamento”, disse.
Sobre os riscos epidemiológicos, a pesquisadora Gisele Winck, 1ª autora do artigo, afirma: “o que define se o surgimento de uma zoonose será um surto local, epidemia ou pandemia é como iremos lidar com a situação. Temos que pensar em como faremos um monitoramento eficiente de um país grande e diverso como o nosso”.