Fiocruz pretende importar dois milhões de doses e antecipar vacinação contra Covid-19 para janeiro
Ministério da Saúde informou que, no melhor cenário, a vacinação terá início no dia 20 de janeiro no Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) articula a importação de dois milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca para iniciar o calendário de imunização contra a Covid-19 já neste mês. O laboratório brasileiro comunicou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá solicitar o aval para utilização emergencial do produto na próxima semana.
Em ofício datado do dia 31 de dezembro de 2020, a Fiocruz solicita que a Anvisa libere a importação excepcional destas doses. A informação foi divulgada em primeira mão pela revista Veja. Importações desta categoria costumam ser analisadas em reunião da diretoria colegiada da agência, que é integrada por cinco membros.
A ideia do laboratório brasileiro era só entregar vacinas prontas no mês de fevereiro. No mês anterior, chegaria ao Brasil o insumo farmacêutico da vacina, que terá fases finais de produção realizadas na Fiocruz. O laboratório comunicou à Anvisa, entretanto, que busca maneiras de antecipar a entrega do produto finalizado, "considerando o grave quadro sanitário" e a "aceleração dos números de mortes associadas à covid-19". Diante disso, a estratégia passou a ser trazer algumas doses totalmente preparadas no exterior.
Nos ofícios encaminhados à Anvisa, a Fiocruz não detalha quantas pessoas pretende imunizar a partir dessas duas milhões de doses, nem a data prevista para o começo da campanha. O Ministério da Saúde informou que, no melhor cenário, a vacinação terá início no dia 20 de janeiro no Brasil.
A vacina a ser fabricada na Fiocruz é a grande aposta do governo Bolsonaro contra a Covid-19. A intenção é distribuir 210, 4 milhões de doses em 2021, que serviriam para imunizar mais de 105 milhões de pessoas. O governo investiu aproximadamente R$ 2 bilhões para adquirir doses e transferir tecnologia para Fiocruz. No plano nacional de imunização, o governo tem intenção de aplicar doses desta vacina em aproximadamente 50 milhões de brasileiros de grupos prioritários ainda no primeiro semestre.
Atualização: A Anvisa disse ter aprovado a solicitação no dia 31 de dezembro de 2020, mesmo dia em que a solicitação da importação foi feita pela Fiocruz.
Ainda segundo a Anvisa, por se tratar de uma importação da vacina, que ainda não foi aprovada no país, a entrada do material no país deve seguir algumas regras. A principal, de acordo com a agência, é que as vacinas importadas fiquem sob guarda específica da Fiocruz até que a Anvisa permita a utilização do produto no país.
