FMI orienta G20 a manter gastos públicos apesar da crise causada pela pandemia
Órgão também recomendou manter programas de proteção social
A crise causada pela pandemia do coronavírus exigirá a manutenção de gastos públicos para estimular a economia, disse a chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta quinta-feira (16), alguns dias após a reunião virtual do G20 na Arábia Saudita. Kristalina Georgieva traçou uma linha de prioridades entre as quais ela incluía: manter e, se necessário, estender medidas de proteção social.
A ideia é que os gastos públicos sejam mantidos para impulsionar a economia e aproveitando a oportunidade de construir um mundo "mais justo" e "mais verde"."Temos uma oportunidade única no século para construir melhor: um mundo mais justo e equitativo, mais verde e sustentável, mais inteligente e, acima de tudo, mais resistente", acrescentou Georgieva.
O G20, o clube dos países mais desenvolvidos do planeta e dos principais países em desenvolvimento, reúne-se em um momento de grande incerteza em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que a pandemia continua a avançar e já provocou a morte de mais de 580 mil pessoas."Ainda não estamos fora de perigo. Uma segunda onda global da doença pode levar a mais interrupções na atividade econômica", alertou.
O FMI alertou em suas previsões que espera que a economia global se contraia 4,9% este ano, uma crise que na América Latina implicará uma queda de 9,4% no PIB. Georgieva admitiu que os crescentes e altos níveis de dívida são "uma preocupação séria", mas alertou que, neste momento da crise, o custo de uma retirada prematura é maior do que se o apoio for mantido até que seja necessário.