França convoca embaixadores nos EUA e na Austrália para esclarecimentos sobre acordo Aukus
Parceria militar entre americanos, australianos e britânicos não agradou governo francês
O governo da França anunciou, nesta sexta-feira (17), que vai convocar embaixadores franceses nos Estados Unidos (EUA) e na Austrália para prestar esclarecimentos sobre acordo militar 'Aukus', entre os dois países e o Reino Unido. Parceria militar não agradou o governo francês, que afirmou que ação era uma "facada nas costas".
Em nota, o país defende que ação acontecerá em consequência da "seriedade dos acontecimentos".
O acordo entre os EUA, com a Austrália e Reino Unido, anunciado nesta quarta-feira (15), prevê o desenvolvimento de um submarino movido por energia atômica. O ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou que decisão foi "brutal" e "imprevisível" e comparou o atual presidente norte-americano, Joe Biden, a Donald Trump, antigo líder americano.
"Essa decisão brutal, unilateral e imprevisível me lembra muito o que o Sr. Trump costumava fazer", afirmou o chanceler à rádio France Info. Alegando também que "estou com raiva e amargo. Isso não é feito entre aliados (...) É uma facada nas costas. Criamos uma relação de confiança com a Austrália e essa confiança foi quebrada".
O principal motivo para o descontentamento é que, com o novo acordo, a parceria entre a França e Austrália fica prejudicada. Ambos tinha um acordo para o fornecimento de submarinos convencionais franceses ao governo australiano, a ação renderia cerca de US$ 66 bilhões aos franceses, mas foi abandonada em vista do novo negócio.
Além disso, a França desmarcou evento agendado para acontecer na embaixada dos Estados Unidos em Paris, no evento, seriam comemorados os 240 anos de uma das batalhas da Guerra de Independência dos EUA, no século 18.