França decreta lockdown de um mês para 21 milhões de habitantes
o primeiro-ministro francês diz que o país vive a 3° onda da Covid-19

Foto: AFP
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou nesta quinta-feira (18), um novo lockdown de um mês em 16 áreas do país, incluindo Paris e seus subúrbios, para combater "o que aparenta ser uma terceira onda" da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Ao todo, 21 milhões de franceses são afetados pela medida, que determina o fechamento do comércio não essencial nas próximas quatro semanas, à exceção de livrarias. As medidas entram em vigor à meia-noite de sexta-feira (19).
Durante o período de fechamento total, os franceses só poderão circular em um raio de 10 quilômetros de distância do domicílio, sem limite de tempo. Mas, quando saírem de casa, terão de preencher um atestado para notificar a razão do deslocamento. Parques e jardins ficarão abertos. O toque de recolher é mantido diariamente a partir das 19h, e não mais às 18h, devido à mudança próxima para o horário de verão (os relógios serão adiantados em 1h no último fim de semana do mês).
A França registrou, em uma semana, um aumento de 23,6% de novos casos da Covid-19, o que indica uma clara aceleração da pandemia, provocada principalmente pela variante inglesa do coronavírus, responsável por 70% das contaminações.
Em Île-de-France, onde fica a capital, o número de casos positivos ultrapassou o patamar de 425 por 100 mil habitantes. Na última quarta-feira (16), a França tinha 4.269 pacientes hospitalizados na UTI em consequência da Covid-19. A sobrecarga nos hospitais é particularmente preocupante na região parisiense, onde os leitos de UTI estão praticamente esgotados, com mais de 1.200 doentes internados com a forma grave da infecção viral.
"A pressão sobre os hospitais é muito forte, era indispensável tomar essas medidas para frear a epidemia", declarou o primeiro-ministro. Castex anunciou que a França irá retomar na sexta-feira (19), a vacinação com o imunizante da AstraZeneca/Oxford, após o sinal verde dado nesta tarde pela Agência Europeia de Medicamentos.