França mobiliza forças de segurança para conter distúrbios após morte de jovem
Violência e confrontos persistem pelo quarto dia, resultando em centenas de detidos

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A França mobilizou blindados e 45 mil policiais na sexta-feira (30) para conter os distúrbios que se seguiram à morte de um jovem baleado por um policial, embora com menor intensidade em comparação às noites anteriores, resultando em quase 1.311 detenções.
Às vésperas do funeral de Nahel, 17 anos, o presidente Emmanuel Macron reforçou as medidas de segurança e fez um apelo direto aos pais dos menores que participaram dos protestos nas três noites anteriores.
O ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou não apenas a mobilização de 45 mil agentes em todo o país, mas também a autorização para a utilização de unidades blindadas da gendarmaria, um corpo militar com competências de segurança pública.
Apesar das medidas, a noite ainda foi marcada por destruição, saques e arremessos de projéteis contra as viaturas policiais, que responderam com gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Por volta das 2h30, o ministro já contabilizava 471 pessoas detidas.
A violência eclodiu na última terça-feira (27) nos subúrbios de Paris e se espalhou pelo país após a morte de Nahel, atingido por um tiro à queima-roupa disparado por um policial durante uma blitz em Nanterre, a oeste da capital francesa.
No dia de maior tensão, quinta-feira (29), 875 pessoas foram detidas e 249 agentes ficaram feridos, além de 492 prédios atacados e 2.000 veículos incendiados.
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, afirmou que todas as opções seriam estudadas, incluindo o estado de emergência, que tem sido solicitado pela direita e pela extrema direita. No entanto, optou-se por reforçar o número de agentes e mobilizar os blindados.
O presidente Macron também pediu "responsabilidade" às redes sociais, como TikTok e Snapchat, solicitando a remoção de conteúdos relacionados aos protestos e a identificação dos usuários envolvidos.