• Home/
  • Notícias/
  • Brasil/
  • Funcionário do Carrefour disse que alertou fiscal a não "conduzir situação daquela maneira"

Funcionário do Carrefour disse que alertou fiscal a não "conduzir situação daquela maneira"

Cliente negro foi morto por dois seguranças brancos do estabelecimento

Por Da Redação
Ás

Funcionário do Carrefour disse que alertou fiscal a não "conduzir situação daquela maneira"

Foto: Reprodução

Um funcionário disse, em depoimento, que alertou a fiscal do Carrefour, Adriana Alves Dutra, 51, sobre a condução da abordagem ao cliente negro João Alberto Silveira Freitas, 40, que foi assassinado na última quinta-feira (19), por dois seguranças brancos do supermercado: Magno Braz Borges, 30, e o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, 24. Eles estão presos.

Segundo o funcionário, que também é fiscal,  quando ele chegou ao local do crime já encontrou Borges e Silva "em cima da vítima", e Adriana na volta que afirmou que "a situação já estava controlada e que a vítima estava apenas sendo contida". No depoimento, o funcionário afirmou que, na ocasião,  "disse à Adriana que ela não deveria conduzir a situação daquela maneira". Em seguida, a mulher mandou ele voltar para o interior da loja, pois "não haviam ficado fiscais no local", o que foi obedecido por ele.

O funcionário acrescentou que Adriana estava "bem transtornada, muito nervosa", mas que viu quando ela pediu por rádio que fosse chamada a Brigada Militar. O homem presenciou ainda Beto gritar "me larga, me larga", mas não percebeu que ele pudesse estar se sufocando. "Ninguém tentou ajudar a vítima, os populares se preocupavam apenas em filmar" disse o homem à polícia. 

O fiscal disse ainda que Borges trabalhava há dois meses na unidade e "aparentava ser uma pessoa extremamente tranquila, 'até demais'", segundo trecho do depoimento. Já um outro funcionário do supermercado, disse que ao chegar ao local, o cliente já estava no chão, sendo imobilizado pelos seguranças.

"Ao lado deles havia muito sangue e na hora já pensou em auxiliar os seguranças que não conseguiram imobilizar o indivíduo. O investigado refere que diante da dificuldade de imobilizar o indivíduo deu um chute no braço dele para tentar colocar para trás, mas mesmo assim não estavam conseguindo", contou à polícia. Em seguida, Adriana também ordenou que ele voltasse para o interior do mercado. "(Ele) então subiu até o banheiro e lavou as mãos que estavam ensanguentadas", acrescentou.

Caso

A vítima foi morta na última quinta-feira (19), no Carrefour da zona norte de Porto Alegre. Segundo a esposa dele, Milena Borges Alves, 43, o casal foi ao supermercado para comprar ingredientes para um pudim de pão e adquirir verduras. 

Na ocasião, segundo Milena, eles gastaram cerca de R$ 60. Ela contou ainda que ficaram poucos minutos no Carrefour e que Beto saiu na frente em direção ao estacionamento. Ao chegar ao local, Milena se deparou com o marido se debatendo no chão. Ele chegou a pedir ajuda, mas a esposa foi impedida de chegar perto dele.

Defesa

Em entrevista ao UOL, a advogada de Adriana, Karla da Costa Sampaio, disse que só iria se manifestar após a conclusão da investigação. Entretanto, falou desconhece o depoimento do fiscal que alertou a sua cliente sobre sua conduta. "A Adriana não tinha ascendência hierárquica sobre os seguranças." Além disso, negou que sua cliente tentou impedir a gravação das agressões por um motoboy, apesar das gravações já circularem desde a última quinta-feira (19).

"Não é verdade. Mesmo com a gravação, há um contexto, existe justificativa", pontuou. Já o advogado David Leal da Silva, que defende Silva, afirmou ao UOL que seu cliente deveria "responder no máximo" por lesão corporal . seguida da morte de Beto e não por homicídio triplicamente qualificado. "Ele não queria, de forma alguma, a morte (do cliente).”

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.