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Funcionários do FMI cobram explicação de diretora após abrandamento de alerta climático ao Brasil

A petição, assinada por 194 funcionários, foi enviada pelo ombudsman do FMI

Por Da Redação
Ás

Funcionários do FMI cobram explicação de diretora após abrandamento de alerta climático ao Brasil

Foto: Bloomberg/Getty Images

Ao menos 194 funcionários do Fundo Monetário Internacional, com sede em Washington, assinaram uma petição pedindo à diretora-gerente Kristalina Georgieva para esclarecer detalhes das ações que levaram ao abrandamento de um alerta sobre riscos ambientais para a economia brasileira.

A petição foi enviada pelo ombudsman do FMI ao escritório de Georgieva na segunda-feira (25), de acordo com um e-mail interno do fundo visto pela Bloomberg News.

“Nós, os membros da equipe abaixo assinados, gostaríamos de expressar nossas preocupações em relação a um assunto que é caro aos nossos corações: o respeito pelas regras e procedimentos que salvaguardam a independência técnica da equipe”, escreveram.

Petições deste tipo são raras na história recente da organização, de acordo com pessoas familiares às operações do fundo, que pediram para não serem identificadas. Cerca de 7% dos 2.700 funcionários globais do FMI assinaram o documento.

A petição foi elaborada após a Bloomberg News informar, em 8 de outubro, que funcionários do FMI, incluindo Georgieva, que fez da mudança climática uma marca, suavizaram a mensagem sobre o Brasil após o governo do presidente Jair Bolsonaro se opor à linguagem utilizada.

“A administração garantiu à equipe que todas as políticas e procedimentos do fundo foram respeitados em relação à consulta do Artigo IV do Brasil e respondeu em detalhes a todas as questões levantadas”, Gerry Rice, porta-voz do FMI, disse terça-feira em uma resposta por e-mail.

No documento, funcionários do Fundo questionam Georgieva se seu escritório removeu a linguagem relacionada à mudança climática do relatório do Brasil e se isso violou as políticas de compartilhamento e negociação de relatórios do corpo técnico.

“Nosso principal resultado é conhecido como ‘relatório do corpo técnico’ por uma razão”, disse o corpo técnico do FMI na petição. Se os países discordarem, “nossas políticas oferecem vários caminhos construtivos”, mas “a negociação do texto é explicitamente proibida por nossas políticas”.

Georgieva respondeu à equipe do FMI, por meio de um e-mail divulgado pela Bloomberg News, na segunda-feira (25), que todas as regras e procedimentos do fundo foram respeitados no caso do Brasil.

“A equipe, incluindo eu, desempenhou um papel construtivo, com o objetivo de preservar a integridade do trabalho da equipe enquanto buscava entender as preocupações das autoridades”, escreveu ela, referindo-se ao governo brasileiro.

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