Fuzil é apreendido durante operação na casa de candidato a vice-governador do Rio de Janeiro
Washington Reis é ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice na chapa de Cláudio Castro, do PL

Foto: Divulgação
Durante uma ação realizada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) na casa do ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), nessa quinta-feira (1º), um fuzil foi apreendido. O político, que foi um dos alvos da 'Operação Anáfora', é da chapa de Cláudio Castro (PL).
De acordo com os agentes responsáveis, um segurança de Reis apresentou um registro para a arma. Eles também estiveram na casa do ex-secretário de saúde de Caxias José Carlos de Oliveira, onde foram apreendidos R$ 700 mil.
A força-tarefa da PF e CGU investiga um suposto favorecimento na contratação de uma cooperativa de trabalho pela Secretaria de Saúde de Caxias. O contrato e aditivos ultrapassaram R$ 563,5 milhões em pouco mais de dois anos.
Também é alvo Mário Peixoto, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) após a Operação Favorito, de maio de 2020. O empresário é apontado pela Justiça como beneficiário no esquema de corrupção do governo Wilson Witzel – que sofreu um impeachment com pouco mais de um ano de governo.
Washington Reis confirmou ter recebido agentes da Polícia Federal em sua casa atarvés de nota. “Washington destaca que atendeu os policiais e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. A polícia fez o seu trabalho, sem nenhum tipo de interrupção ou dificuldade e nada foi encontrado”, afirma o texto.
O governador e candidato à reeleição ao Governo do Estado, Cláudio Castro, disse, através de nota, que respeita o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) e aguarda os desdobramentos da operação. Já a defesa de Mário Peixoto disse que a operação "causa perplexidade" e negou as acusações
Agentes saíram para cumprir 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias (3), Maricá (1), Angra dos Reis (2), Mesquita (1), Niterói (1), Nova Iguaçu (1) e na capital (18).
Entre os alvos, também estão empresários, operadores financeiros, “laranjas” e prováveis líderes do esquema criminoso. De acordo com as investigações, a cooperativa é de uma quadrilha que desvia dinheiro público há anos, principalmente na área da saúde.
Indícios apontados pela CGU
De acordo com a investigação da CGU, diversos fatos apontam para o direcionamento de licitação e favorecimento da instituição contratada. Entre eles estão a opção por pregão presencial em vez de eletrônico, a inserção de cláusulas restritivas no edital, a falta de clareza na definição dos serviços e quantitativos objeto da contratação e o descumprimento de cláusulas.
Também foi constatado um sobrepreço aproximado de R$ 53,6 milhões na planilha de composição de custos dos serviços para um ano de contrato.
“A cooperativa em questão pertence à estruturada e complexa organização criminosa que vem operando no Estado do Rio de Janeiro em um contexto de corrupção sistêmica, por meio de desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde, há décadas”, afirma a PF.
Chamou a atenção dos investigadores “a repetição do seu modo de atuar, tanto na constituição de empresas geridas por interpostas pessoas, quanto na forma de contratar com entes públicos”.
“Através de uma densa confusão patrimonial e administrativa existente entre as pessoas jurídicas pertencentes ao grupo, as práticas delitivas se repetiam, de maneira recorrente, assim como uma anáfora”, emenda a Polícia Federal.
Nota de Mario Peixoto
“A operação de hoje causa perplexidade, mais uma vez, pela quantidade de erros graves contidos na representação policial que originou a decisão de busca e apreensão.
Mario Peixoto não possui nenhuma relação com a cooperativa RENACOOP. Nunca sequer entrou em suas dependências.
Peixoto conhece Washington Reis, mas não mantém com ele elo pessoal, profissional ou comercial.
Mario jamais integrou ou foi proprietário da Cootrab.
Da Atrio, foi sócio até 2014.
Ao que consta, a Fazenda Paraíso pertence ao Município de Duque de Caxias e realiza atividades de tratamento de dependentes de drogas, não havendo vínculo algum com Mario Peixoto.
Enfim, um total absurdo. Violência jurídica que resvala na perseguição.
Alexandre Lopes
Advogado de Mario Peixoto."