Geração de emprego e remuneração no setor de construção chega ao menor nível desde a década passada, diz IBGE
Dados apontam que entre 2010 a 2019 setor deu primeiros indícios de recuperação da crise em 2015

Foto: Reprodução/Câmara Brasileira da Indústria da Construção
A indústria da construção passou a empregar 22,5% menos pessoas e a remunerar 11,5% menos aos seus trabalhadores entre os ano de 2010 a 2019, de acordo com pesquisa anual feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz uma comparação entre os anos para apontar mudanças estruturais na área. Uma dessas alterações durante a década foi a do perfil das empresas, analisado de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas.
Ao longo do período analisado, a atividade de serviços especializados para construção tornou-se a que mais empregou mão de obra (35,3%), passando da terceira para a primeira posição no ranking. Ficaram para trás a construção de edifícios (34,9%) e obras de infraestrutura (29,8%), que desceram uma posição no ranking e passaram para a segunda e terceira posição, respectivamente.
Com a mudança na empregabilidade, o perfil geral das empresas no setor foi impactado. "O porte das empresas também sofreu alterações importantes, reduzindo-se à quase metade: em 2019 eram cerca de 32 pessoas por empresa, passando para uma média de 15 pessoas em 2019", escreveram os autores do estudo. A pesquisa apontou, porém, que o ano de 2019 revelou indícios de recuperação do setor antes da pandemia da Covid-19.
O número de pessoas ocupadas naquele período, de 1.903.715, foi o primeiro resultado positivo de criação de vagas desde 2014. Ao todo, as mais de 125,1 mil empresas ativas com 1 ou mais pessoas ocupadas realizaram incorporações, obras e outros serviços no valor de R$ 288,0 bilhões em 2019, pagando um total de R$ 56,8 bilhões em salários e outras remunerações para 1,9 milhão de pessoas.