"Gestores em todos os níveis são responsáveis pela crise sanitária", diz Pazuello em CPI
Nos dois dias em que esteve na CPI, ex-ministro negou interferência do presidente na sua gestão

Foto: Arquivo/Agência Brasil
O depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durou dois dias na CPI da Pandemia do Senado Federal e foi o mais longo até agora. No segundo dia, na quinta-feira (20), Pazuello que teria tentado "blindar" o presidente Jair Bolsonaro, admitiu que todos gestores têm sua parcela de responsabilidade pelos desdobramentos da pandemia da Covid-19 no Brasil.
"Todos os gestores em todos os níveis são responsáveis [pela crise sanitária], cada um no seu nível de responsabilidade", disse em resposta à senadora Leila Barros (PSB-DF).
Quanto à sua atuação, o ex-ministro reforçou nos dois dias que não teria sofrido interferência de Bolsonaro. Pazuello afirmou que se reunia quase toda semana com o presidente da República, mas que nunca houve proibição ou imposição por parte de Bolsonaro, ou qualquer tipo de pressão para tomar decisões.
O relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), pediu a contratação de uma agência de checagem para fazer "uma varredura on-line" dos depoimentos das testemunhas, por considerar que as mentiras têm sido frequentes.
Na próxima terça (25), a CPI retoma os depoimentos, com a secretária de Gestão do Trabalho e Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida nas redes sociais como "capitã cloroquina". Ela teve o pedido de ficar em silêncio negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).