Guia de Juliana Marins presta depoimento sobre a morte da brasileira na Indonésia
Ali Musthofa negou negligência e afirmo que chamou o resgate após a queda de Juliana no Monte Rinjani

Foto: Reprodução/Instagram
O portal oficial de noticias da Polícia Regional de Nusa Tengg Tenggara Barat, divulgou que a unidade policial de Lombok, na Indonésia, iniciou uma investigação para apurar as causas da morte e verificar a existência de algum elemento criminoso no falecimento de Juliana Marins, de 26 anos, que caiu durante uma trilha no Monte Rinjani. Entre os interrogados estão o guia que estava com a brasileira na trilha, Ali Musthofa, um ajudante no resgate e um policial florestal.
O chefe da Unidade de Investigação Criminal (Kasat Reskrim) da Polícia de East Lombok, I Made Dharma Yulia Putra, fez uma declaração nesta terça-feira (1°), em que disse que várias pessoas envolvidas na atividade de escalada foram chamadas para deporem como testemunhas.
"Ainda estamos coordenando com a equipe da Embaixada do Brasil. Eles também monitoram diretamente as informações que se desenvolvem a partir deste caso. Nenhum suspeito foi determinado. Nós nos concentramos na coleta de dados e na análise de depoimentos de testemunhas", afirmou I Made Dharma Yulia Putra.
A equipe policial afirmou, ainda, que ouviu diversos integrantes do grupo de escalada da vítima, para conseguir informações precisas e fazer uma cronologia completa dos acontecimentos. Sobre a possibilidade de um suspeito, o chefe da unidade disse que isso dependerá dos resultados das investigações em andamento.
Guia nega negligência
Ali Musthofa, o guia que estava com Juliana durante a trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, negou que abandonou a brasileira antes dela cair e precisar ser resgatada. Anteriormente, Ali Musthofa confirmou os relatos da imprensa local de que orientou Juliana a descansar enquanto iria continuar, mas disse que o acordo era esperá-la um pouco mais à frente na trilha.
Ele afirmou que prestou depoimento à polícia quando desceu na montanha, neste domingo (29). A família de Juliana disse que a jovem foi encontrada em um local "extremamente severo", com obstáculos naturais que dificultaram o salvamento.
Ali também relatou que trabalha como guia na região desde novembro de 2023 e geralmente sobe o Rinjani duas vezes por semana, ele ficou somente "três minutos" à frente de Juliana e retornou para procurá-la ao perceber que ela estava demorando para chegar ao ponto de encontro.
"Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Após uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la", afirmou Musthofa. "Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda", continuou.
Musthofa afirmou que ligou para a empresa em que trabalha para contar sobre o acidente e solicitar o resgate.
"Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança. Eles deram informações sobre a queda de Juliana para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate", disse o guia.
Veja mais sobre o assunto:
Vídeo: Brasileira cai durante trilha em vulcão na Indonésia e aguarda resgate há 12 horas
Corpo de Juliana Marins, encontrada morta em vulcão na Indonésia, é içado