Hugo Motta admite corte em emendas parlamentares como 'contribuição'

O presidente da Câmara disse que a conciliação proposta por Moraes sobre o IOF representou a "vitória do bom senso"

Por FolhaPress
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Hugo Motta admite corte em emendas parlamentares como 'contribuição'

Foto: Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (4) que não defende um Congresso "intocável" e que é preciso discutir também cortes no valor das emendas parlamentares como parte da "colaboração" do Legislativo.

"Da mesma forma que nós estamos aqui defendendo corte de benefícios tributários, nós temos que discutir corte de emendas, corte em desperdícios, gastos de dinheiro público por parte do Executivo. Todos têm que dar sua contribuição. Não defendo um Congresso intocável, não defendo emendas parlamentares intocáveis", afirmou à CNN.

Durante a entrevista, o presidente da Câmara disse que a conciliação proposta pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) representou a "vitória do bom senso". O deputado acrescentou que não há rompimento com o governo e que quer conversar com o presidente Lula (PT).

"Discordar desse ponto do IOF não representa um rompimento com o governo, não representa um rompimento com a equipe econômica. É apenas uma decisão do Parlamento, do Congresso Nacional, de não concordar com mais aumento de impostos", disse.

Questionado sobre as críticas massivas sofridas por ele e pelo Congresso nas redes sociais nos últimos dias, vindas da esquerda, Motta disse que "ataques são da política", mas que alguns consideram que estão "um pouco abaixo da cintura".

O presidente da Câmara disse estar tranquilo com a decisão liderada por ele de derrubar o decreto de Lula que aumentava alíquotas do IOF. Segundo ele, o movimento "foi construído com muita sabedoria" não para mandar uma resposta ao governo, mas sim para barrar a alta de impostos.

Motta disse que a Casa está disposta a sentar à mesa, buscar opções, encontrar o que tem viabilidade política para, junto com o governo federal, apresentar uma solução.

Também disse que vai discutir com os líderes partidários e ouvir o setor produtivo para colocar "várias alternativas" na reunião, marcada por Moraes para 15 de julho.

"Essa audiência de conciliação produzirá, ao menos daquilo que depender de nós, um bom resultado em favor do país", disse o deputado.

Durante a entrevista, Motta defendeu a revisão de isenções fiscais como alternativa ao aumento de IOF. O presidente da Câmara disse que os benefícios têm crescido de forma desproporcional e que o Congresso vê como "positiva" a intenção do governo Lula de avançar nessa agenda.

"Nós vamos fechar esse ano com R$ 800 bilhões de isenções fiscais no Brasil. Esses benefícios estão completamente fora daquilo que é racional para o que o país suporta", disse o deputado, para quem é preciso avaliar a eficácia e o tamanho de cada isenção.

O presidente da Câmara também ressaltou a aprovação de medidas do governo federal no mesmo dia da derrubada do IOF -como o empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada e para motoristas e entregadores de aplicativos.

Motta garantiu ainda que haverá a aprovação da isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000, proposta por Lula. Também se disse a favor da justiça tributária, bandeira que o governo têm levantado com força desde o revés no Congresso.

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