IA pode eliminar até 92 milhões de empregos, aponta Fórum Econômico Mundial
Profissões que envolvem trabalho manual intenso serão as menos afetadas. Em contrapartida, ferramentas devem criar 170 milhões de novos postos de emprego até 2030

Foto: Divulgação/Agência Gov
Um quarto dos postos de trabalho em todo o mundo devem enfrentar grave risco de se tornar obsoleto devido os avanços da Inteligência Artificial (IA), segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A expectativa é de que 92 milhões de empregos sejam eliminados até o ano de 2030, conforme uma previsão do Fórum Econômico Mundial, divulgada no início deste ano. Em contrapartida, as ferramentas devem criar 170 milhões de novos postos de emprego em cinco anos.
A tendência já é realidade em grandes empresas, como Amazon, Microsoft, Hewlett Packard e Procter & Gambl, que anunciaram nos últimos anos demissões em massa devido automatizações de diversos setores. Somente nos Estados Unidos, desde 2022 as empresas públicas reduziram os funcionários de escritório em 3,5%.
Um estudo do think tank Pew Research Center revelou que as ocupações mais ameaçadas pela IA são as que envolvem coletas de informações e análise de dados, como programação de websites, textos técnicos, contabilidade e inserção de dados.
Já entre as mais resistentes estão os empregos envolvendo trabalho manual intenso, mais difíceis de automatizar, como operário de construção, cuidador infantil ou bombeiro.
Um estudo publicado em janeiro deste ano pela Universidade de Harvard, defende que a automação de tarefas no trabalho "não reduz necessariamente a ocupação", podendo resultar em "ganhos de postos em alguns setores" da economia.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), os impactos serão sentidos pelos países de maneiras positivas e negativas, com impactos diferentes a depender do tipo de economia:
• Desenvolvidas terão 60% dos empregos afetados, a metade deles de modo negativo, a outra, positivamente;
• Emergentes, sentirão os efeitos da IA em 40% das vagas;
• Paises de baixa renda terão 26% dos postos de trabalho afetados. Os dois últimos se beneficiariam menos do aumento de produtividade do que as economias desenvolvidas.