IBGE: Indicador de segurança alimentar recua pela 1ª vez no Brasil
Pesquisa aponta que quase 40% das famílias tinham problemas para colocar comida na mesa em 2018

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A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2018 do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (17) aponta que a fome e a falta de alimento voltaram a ser um problema sério para os brasileiros. Pela primeira vez, o indicador de segurança alimentar — quando não há problemas para conseguir e dividir os alimentos entre os membros de uma família — recuou no país.
Segundo a pesquisa, a quantidade de lares que conseguiam prover alimentos para todos os seus membros atingiu 63,3% em 2018, o menor patamar desde 2004, quando a pesquisa começou.
Em 2013, ano da pesquisa anterior, eram 77,4% dos lares que tinham segurança alimentar, o recorde da série.
Dos 68,9 milhões de lares no país, 36,7% tinham algum problema para garantir qualidade e quantidade dos alimentos para todos os membros da família, a chamada insegurança alimentar.
A pesquisa classifica os lares em segurança alimentar e três níveis de insegurança alimentar (passando desde perda de qualidade em alimentos até a falta de comida para todos os membros do lar, podendo chegar à situação de fome).
A POF aponta ainda que mais de 41% dos 207,1 milhões de habitantes do pais, ou 84,9 milhões de pessoas vivem em casas onde existe dificuldades para colocar comida na mesa.
Isso significa que 56 milhões estavam domicílios com insegurança leve (falta de qualidade nos alimentos), 18,6 milhões em domicílios com insegurança moderada (falta de qualidade e quantidade na comida, mas preservando alguns membros) e 10,3 milhões de pessoas em lares com insegurança grave (falta de qualidade e quantidade na comida, podendo chegar à situação de fome).
A pesquisa mostra que na divisão regional, Norte (10,2%) e Nordeste (7,1%) foram as que tiveram os maiores percentuais de insegurança alimentar grave no total de seus domicílios. Na sequência, estão Centro-Oeste (4,7) e Sudeste (2,9%). A região com a menor incidência deste tipo de insegurança alimentar é a Sul (2,2%).


