IBGE: inflação oficial fica em 0,87% em agosto, maior taxa para o mês desde 2000

Combustível exerceu o principal impacto de alta sobre o IPCA do mês passado

[IBGE: inflação oficial fica em 0,87% em agosto, maior taxa para o mês desde 2000]

FOTO: Getty Images

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (9), apontam que a inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, ficou em 0,87% em agosto. Essa é a maior taxa para um mês de agosto desde 2000, embora levemente abaixo dos 0,96% registrados em julho, quando a inflação acumulada em 12 meses chegou a 9,68%. Com o resultado divulgado hoje, o IPCA acumula alta de 5,67% no ano. 

Desde março, o indicador acumulado em 12 meses tem ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano, que é de 5,25%. Segundo os especialistas, os combustíveis foram o vilão da inflação no mês de agosto. O IBGE aponta que a alta foi de 2,96%, acima dos 1,24% do mês anterior. Só a gasolina, com alta de 2,80%, foi responsável por 0,17 ponto percentual da inflação mensal, o maior impacto sobre o índice. Etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%) também ficaram mais caros no mês.

“O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras", disse em nota o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida. "O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol 40,75% e o diesel 28,02%”, completou. Os preços do gás encanado (2,70%) e do gás de botijão (2,40%) também subiram.

Veja o resultado para cada um dos grupos pesquisados:

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 8 apresentaram alta em julho:

-Alimentação e bebidas: 1,39%
-Habitação: 0,68%
-Artigos de residência: 0,99%
-Vestuário: 1,02%
-Transportes: 1,46%
-Despesas pessoais: 0,64%
-Educação: 0,28%
-Comunicação: 0,23%
-Saúde e cuidados pessoais: -0,04%

Ainda de acordo com os dados do IBGE, puxados pelos combustíveis, os transportes tiveram alta de 1,46% em agosto, exercendo a maior influência sobre o IPCA entre os grupos. Tiveram alta também, aqui, veículos próprios (1,16%), com alta de 1,98% nos automóveis usados, 1,79% nos novos, e 1,01% em motocicletas. Já os transportes públicos tiveram queda média de 1,21%, sob influência de uma queda de 10,69% nos preços das passagens aéreas.

Alimentos 

Veja as principais altas entre os itens:

-batata-inglesa: 19,91%
-café moído: 7,51%
-frango em pedaços: 4,47¨
-frutas: 3,90%
-carnes: 0,63%

Regiões

A pesquisa mostra ainda que todas as áreas pesquisadas tiveram inflação em agosto. A maior taxa foi registrada em Brasília, de 1,40%, influenciada pelas altas nos preços da gasolina (7,76%) e da energia elétrica (3,67%). Já a menor foi na região metropolitana de Belo Horizonte (0,43%), por conta da queda nos preços das passagens aéreas (-20,05%) e da taxa de água e esgoto (-13,73%).

Expectativa 

A meta central do governo para a inflação em 2021 é de 3,75%, e o intervalo de tolerância varia de 2,25% a 5,25%. Para alcançá-la, o Banco Central (BC) eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi elevada no início de agosto para 5,25% ao ano.

As estimativas do mercado financeiro já estão longe das metas do BC: na última pesquisa Focus, que reúne as projeções dos analistas, a inflação esperada para este ano já chegava a 7,58%. Já a expectativa dos analistas para a taxa Selic no fim do ano está atualmente em 7,63%, o que pressupõe que haverá novas altas nos próximos meses.


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