IBGE: rendimento médio mensal do brasileiro cai 3,4% na pandemia
Esse é o menor valor desde 2012

Foto: Agência Brasil
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (19), mostram que os efeitos provocados pela pandemia do novo coronavírus na economia brasileira levaram à uma queda generalizada da renda no país. De acordo com o levantamento, o rendimento médio mensal do brasileiro teve queda recorde em 2020 e atingiu o menor valor desde 2012.
A queda foi generalizada entre a maioria das fontes que compõem a renda do brasileiro. O recuo mais intenso foi observado entre as chamadas “outras fontes”, que incluem aposentadoria, pensão e aluguéis. No geral, o rendimento mensal médio real de todas as fontes no país passou de R$ 2.292 em 2019 para R$ 2.213.
Esse é o valor mais baixo desde 2013, quando era estimado em R$ 2.250. Este recuo corresponde a uma queda de 3,4%, a mais intensa da série histórica da pesquisa iniciada em 2012. De acordo com o IBGE, o rendimento médio mensal real habitualmente recebido de todos aumentou na comparação com 2019 em razão da saída de 8,1 milhões de pessoas do mercado de trabalho.
Regiões
Em relação às diferenças regionais, os dados mostram que a queda no rendimento médio mensal real de todas as fontes ocorreu na maioria das regiões do país. No Sudeste (-4,7%) e no Sul (-4,3%) o recuo foi mais intenso que a média nacional. No Centro-Oeste (-3,3%) ela foi equivalente à do país. A região Norte, por sua vez, registrou estabilidade do indicador, enquanto no Nordeste ele apresentou aumento de 1%.
O rendimento médio proveniente de outras fontes, no entanto, caiu em todas as grandes regiões, tendo sido mais intensa que a média nacional no Centro-Oeste (-21%) e no Sudeste (-19,6%). No Sul (13,2%), Norte (-8,7%) e Nordeste (-5,4%) o recuo foi menos intenso. Já o rendimento médio habitual do trabalho também apresentou aumento regionalmente. No Norte (4,5%) e Nordeste (7,6%) ele foi acima da média nacional, enquanto Sudeste (2,8%) e Centro-Oeste (3,2%) registraram expansão levemente menor que a geral do país. No Sul (0,3%), porém, ficou praticamente estável.
Desemprego
O desemprego recorde provocado pela pandemia fez com que, em 2020, o país registrasse a menor proporção de pessoas com renda proveniente do trabalho. De acordo com o IBGE, o contingente de brasileiros que tiveram rendimento efetivo do trabalho correspondeu a 38,7% da população.
Antes, a menor proporção de pessoas nesta condição havia sido registrada em 2017, quando ficou em 42%. A proporção de pessoas com renda proveniente de outras fontes e de outros rendimentos, por sua vez, bateu recorde. O aumento mais expressivo ocorreu na proporção de pessoas com outros rendimentos que saltou de 7,8% em 2019 para 14,3% em 2020.
"A tendência de aumento do peso do rendimento de outras fontes e redução da parcela correspondente ao rendimento do trabalho, observada entre 2019 e 2020, ocorreu em todas as Grandes Regiões", destacou o IBGE.