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Incompetência do STF, delação de Cid e unificação de crimes: entenda como Fux se tornou esperança do bolsonarismo no julgamento da trama golpista

Posições do ministro criam brechas que mantêm advogados de Bolsonaro esperançosos por mudanças no julgamento

Por Da Redação
Às

Incompetência do STF, delação de Cid e unificação de crimes: entenda como Fux se tornou esperança do bolsonarismo no julgamento da trama golpista

Foto: Marcos Corrêa/PR

Mesmo após dois votos pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sete aliados, a defesa dos acusados ainda aposta em uma guinada no julgamento da trama golpista. O motivo é o ministro Luiz Fux. 

Nas últimas sessões, e com o voto desta quarta-feira (10), em que defendeu a anulação do processo por falta de competência do Supremo Tribunal Federal (STF), Fux tem sinalizado divergências em temas centrais da ação, como a validade da delação de Mauro Cid e a possibilidade de absorção de crimes.

Os posicionamentos são vistos por advogados como brechas para reduzir penas, contestar uma eventual condenação e até levar o caso ao plenário da Corte, onde o processo teria a análise de 11 ministros, e não apenas cinco.

Fux manifestou reservas sobre mudanças nos depoimentos do delator, embora tenha acompanhado o relator Alexandre de Moraes em parte de seu voto. O magistrado deixou claro que avaliaria a legalidade e eficácia das delações “no momento próprio”, sinalizando espaço para contestação.

Outro ponto relevante é a chamada absorção de crimes. Bolsonaro e os demais réus respondem por “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” e “tentativa de golpe de Estado”. Fux já expressou preocupação com a sobreposição dessas acusações e indicou que, se houver conflito aparente, apenas o crime mais abrangente poderia ser considerado, possibilidade que poderia reduzir penas.

Além disso, Fux questiona a competência do STF para julgar o processo, defendendo a anulação do julgamento nesta quarta-feira (10) sob o argumento de que nenhum dos réus possui prerrogativa de foro, o que abriria caminho para que o caso fosse analisado por outro juízo ou pelo plenário da Corte.

O ministro reforça a possibilidade de embargos e recursos que permitam a reavaliação do julgamento. No caso de votos divergentes na Primeira Turma, como ele já sinalizou, há espaço para que a matéria seja levada ao plenário do STF, aumentando a abrangência da análise e potencialmente mudando o desfecho do processo.

Especialistas em Direito também destacam que a postura de Fux sobre a absorção de crimes e a delação de Cid pode gerar precedentes importantes, sobretudo para casos que envolvem crimes contra instituições democráticas. 

A expectativa é de que cada ponto contestado por Fux seja minuciosamente avaliado, o que mantém a defesa confiante na possibilidade de reduzir condenações ou contestar decisões desfavoráveis.

São réus no processo Jair Bolsonaro (ex-presidente), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI); Mauro Cid (ex-chefe da Ajudância de Ordens, que também é delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

O grupo é acusado de liderar e estruturar um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.

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