Índia tenta convencer trabalhadores de saúde do país a tomar a vacina Covaxin contra Covid-19
Imunizante indiano foi aprovado sem ter os dados de eficácia de estágio final

Foto: Reuters
Devido às novas variantes da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a Índia tenta convencer os profissionais de saúde do país a tomar a vacina da Covaxin. Desenvolvida pela própria Índia, o imunizante foi aprovado sem ter os dados de eficácia de estágio final. Até o momento, o governo indiano encomendou 10 milhões de doses do imunizante e 21 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca.
O gigante asiático já vacinou mais de 10,5 milhões de profissionais de saúde e da linha de frente desde o início da campanha de imunização, no dia 16 de janeiro. Mas apenas 1,2 milhão, ou cerca de 11% deles, tomaram a Covaxin, imunizante desenvolvido pela indiana Bharat Biotech. Os 9,4 milhões restantes se imunizaram com a vacina da AstraZeneca.
“ A resistência na Índia é por causa da discussão inicial sobre como (a Covaxin) era apenas uma vacina experimental, que não havia concluído o ensaio de fase 3 ao começar a ser usada. Isso criou dúvidas nas pessoas, resultando em menor aceitação local”, disse Subhash Salunkhe, que assessora o governo de Maharashtra sobre a estratégia de vacinação no estado.
Atualmente, o governo brasileiro está em negociações com o laboratório Bharat Biotech. A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (23), uma Medida Provisória que inclui no rol de agências reguladoras estrangeiras que aceleraram a avaliação do registro no Brasil o órgão de vigilância sanitária da Índia. A Precisa Medicamentos, que representa a Bharat no Brasil, firmou um acordo prévio de intermediação com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), que negocia doses do imunizante contra a Covid-19 para cerca de 300 associadas.
A Índia relatou 16.738 novas infecções por coronavírus nas últimas 24 horas, o maior salto diário em um mês, mostraram dados do Ministério da Saúde nesta quinta-feira, elevando o total para 11,05 milhões. As mortes em todo o país aumentaram em 138, também a maior em um mês, totalizando 156.705.