Inflação, desemprego e juros altos causam fuga recorde da poupança, diz levantamento
Resultado é impulsionado por pessoas que resgatam os recursos para cumprir com as despesas do dia a dia

Foto: Reprodução/Agência Brasil
Nos primeiros três meses de 2022, os saques das cadernetas de poupança ultrapassam o total de depósitos em R$ 40,4 bilhões, resultado que é justificado pelo cenário econômico adverso, com inflação, taxa de juros e desemprego em níveis elevados. Essa é a maior fuga de recursos para o período desde 1995, início da série histórica do BC (Banco Central).
Segundo os dados do Raio-X do Investidor 2022, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), esse resultado entre janeiro e março foi impulsionado pelos R$ 872,6 bilhões aplicados e R$ 832,3 retirados da aplicação utilizada por quase um de cada quatro (23%) brasileiros.
Francis Wagner, presidente do App Renda Fixa, afirmou ao portal R7, que a inflação oficial acumulada de 12,13% nos últimos 12 meses, os juros básicos em 12,75% ao ano e o desemprego que atinge 11,9 milhões podem ajudar a explicar a situação da aplicação ainda tradicional.
Já para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, o momento atual faz com que as pessoas resgatem os recursos para cumprir com as despesas do dia a dia.
Há ainda um peso sobre a poupança, a atual rentabilidade da aplicação, 0,5% ao mês, o equivalente a 6,17% ao ano. Com isso, ao inserir dinheiro na caderneta, os brasileiros amargam uma perda real na faixa de 5,3%, o que pode ser revertido em outros investimentos mais rentáveis, com a mesma segurança, que já pagam facilmente 1% ao mês.