Investimentos em companhias que produzem carne de laboratório cresceram quase 40%
Dados são referentes ao 1º semestre deste ano

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Um levantamento realizado pela FAIRR Initiative, uma coalizão internacional de grandes investidores, aponta que os investimentos globais em companhias que produzem carne em laboratório cresceram quase 40% este ano. Os aportes nessas empresas que tentam substituir a proteína de origem animal passaram de US$ 366 milhões em todo o ano de 2020 para US$ 506 milhões apenas no primeiro semestre de 2021.
Os dados do levantamento mostram, ainda, que a criação de alternativas para o consumo de carne bovina é a grande aposta dos maiores investidores do mundo, considerando os impactos da pecuária nas mudanças climáticas e a necessidade de adequação das empresas do setor às metas de redução de carbono globais.
A diretora executiva da FAIRR Initiative, Maria Lettini, disse ao jornal O Globo que o ritmo atual de descarbonização no sistema alimentar global não é suficiente para cumprir a meta do Acordo de Paris de aumento da temperatura média global de no máximo 1,5º C. Nos Estados Unidos, segundo o relatório, a comida é responsável por até 30% das emissões de carbono das famílias, sendo que produtos de origem animal, incluindo carnes bovina, suína e frango, além dos laticínios, correspondem a quase 75% dessas emissões.
“A forma como consumimos precisa mudar. E o papel da carne cultivada não é necessariamente substituir esses alimentos, mas oferecer outra opção, diversificar nossas fontes de proteína”, disse.
Atento às nove possibilidades de lucro, o ator americano Leonardo DiCaprio decidiu investir em duas startups que desenvolvem carne a partir de células animais, Aleph Farms e Mosa Meat. "Uma das formas mais eficazes de combater a crise climática é transformar nosso sistema de alimentação", comentou o artista em um comunicado conjunto das duas empresas.