IPCA-15 sobe 0,48% em setembro, após queda em agosto
A alta de 0,48% é a maior para meses de setembro em quatro anos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) teve alta (inflação) de 0,48% em setembro, após registrar queda (deflação) de 0,14% em agosto. É o que apontam dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta de 0,48% é a maior para meses de setembro em quatro anos, desde 2021 (1,14%). A variação, contudo, ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,51%, segundo a agência Bloomberg.
O novo resultado foi puxado pelo avanço de 12,17% da energia elétrica residencial. A conta de luz subiu com o fim do desconto do bônus de Itaipu, que havia sido creditado nas faturas de agosto. O bônus havia puxado a deflação do mês passado, e a reversão do quadro era aguardada por analistas.
Com os novos dados, a inflação acumulada em 12 meses pelo IPCA-15 alcançou 5,32%. A alta era de 4,95% na divulgação anterior.
IPCA-15 E IPCA
Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o indicador oficial de inflação do país. Uma das diferenças entre os dois é o período de coleta das informações pelo IBGE.
A apuração dos preços do IPCA-15 se concentra na segunda metade do mês anterior e na primeira do mês de referência. No caso do índice de setembro, a coleta foi realizada de 15 de agosto a 15 de setembro.
Já a apuração do IPCA ocorre ao longo do mês de referência. Por isso, o resultado de setembro ainda não é conhecido. Será divulgado em 9 de outubro.
Na mediana, as projeções do mercado apontam IPCA de 4,83% no acumulado de 2025, de acordo com a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC (Banco Central) na segunda (22).
A previsão passou por uma série recente de revisões para baixo, mas continuou acima do teto de 4,5% da meta de inflação. Em 2025, o BC passou a perseguir o alvo de maneira contínua, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).
No novo modelo, a meta de inflação é considerada descumprida quando o IPCA acumulado permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro é de 3%.
O IPCA estourou a meta contínua pela primeira vez em junho. Para tentar conter a inflação, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, a 15% ao ano patamar mantido em reunião na semana passada.