Israel deporta Greta e outros 170 ativistas de flotilha
Nenhum dos 14 brasileiros que foram detidos na flotilha e estão presos no país foram deportados nesta segunda-feira (6)

Foto: Greta Thunberg
A ativista Greta Thunberg e outras 170 pessoas presas na flotilha que levava ajuda humanitária a Gaza foram deportadas nesta segunda-feira (6) de Israel.
Greta faz parte de grupos que foram colocados em voos para a Grécia e para a Eslováquia, informou o Ministério das Relações Exteriores do país. Em uma foto divulgada pelo governo de Israel, ela aparece com uma camiseta branca e uma calça cinza, roupa padrão dos ativistas que foram detidos em águas estrangeiras.
Nenhum dos 14 brasileiros que foram detidos na flotilha e estão presos no país foram deportados nesta segunda-feira (6). Os deportados são cidadãos da Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polônia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Suécia, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos, segundo o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Com os deportados desta segunda-feira (06), mais da metade dos 473 ativistas que foram presos tentando levar a ajuda humanitária a Gaza no começo do mês já deixaram Israel. Outros 137 foram colocados em voo para a Turquia no fim de semana, enquanto Israel os acusava de "deliberadamente obstruir o processo de deportação, preferindo permanecer em Israel".
Brasileiros seguem detidos na prisão de Ketziot, localizada no deserto de Neguev. Segundo o Itamaraty, eles estão "bem diante da situação" e são submetidos aos trâmites jurídicos das autoridades israelenses e aguardam a deportação.
Dos 15 membros da delegação brasileira que rumava a Gaza, 14 estão detidos. O único que não foi apreendido é Hassan Massoud, correspondente da Al Jazeera em São Paulo, que está na contagem de nacionais por ter um passaporte brasileiro.
Apesar de estar na contagem de nacionais, Hassan, filho de pais palestinos, nasceu no Líbano. A embarcação em que o jornalista estava era considerada um "barco de observação" e não entrou na zona proibida pelas autoridades israelenses.
ENTENDA O CASO
Flotilha Global Sumud ("resiliência" em árabe) zarpou em setembro de Barcelona levando a bordo ativistas e personalidades políticas. Os grupos viajaram em embarcações separadas e chegaram perto das águas do enclave no começo de outubro, após um mês de viagem.
Na quarta-feira (1º), a Marinha israelense começou a interceptar embarcações. Entre os ativistas detidos estavam representantes do Brasil, Argentina, México e Espanha. A ativista sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, a ex-prefeita de Barcelona Ada Colau e Mandla Mandela, neto de Nelson Mandela, também estavam nas embarcações.
Fotilha afirma que tem intenção de transportar ajuda para o território palestino que, segundo a ONU, sofre com a fome extrema. No entanto, Israel impõe um bloqueio naval no entorno do território, onde há quase dois anos seu exército trava uma guerra contra o movimento islamista palestino Hamas, iniciada após o ataque de 7 de outubro de 2023.
O ataque do grupo extremista em 7 de outubro de 2023 provocou a morte de 1.219 pessoas em Israel. A maioria das vítimas é composta por civis, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
A ofensiva israelense em represália matou pelo menos 66.225 pessoas na Faixa de Gaza, também civis na maioria. Os dados são do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.