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Jovem denuncia importunação sexual durante corrida por app em Salvador; entenda o crime e saiba como buscar ajuda

Especialista ouvida pelo Farol da Bahia explica como vítimas podem agir em casos semelhantes

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Jovem denuncia importunação sexual durante corrida por app em Salvador; entenda o crime e saiba como buscar ajuda

Foto: Reprodução/Freepik

Uma jovem de 18 anos denunciou ter sido vítima de importunação sexual durante uma viagem por aplicativo, em Salvador. Segundo a mulher, o motorista se masturbou dentro do carro.

O caso aconteceu na tarde da última segunda-feira (12) e de acordo com a Polícia Civil, é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que busca identificar o suspeito.

Ao Farol da Bahia, a advogada da jovem relatou que a corrida foi solicitada nas proximidades do Shopping Capemi, no Caminho das Árvores. Durante o trajeto, a garota notou um comportamento estranho.

“Ela percebeu que ele estava gemendo e olhando para ela pelo espelho do carro. Aí ela entendeu o que estava acontecendo. Ela ficou muito abalada, passou mal, não conseguia nem falar direito. Está emocionalmente abalada”, disse a advogada que preferiu não se identificar.

Em nota, a Uber informou que o motorista teve a conta desativada da plataforma e que a empresa está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. [Veja a nota completa no final da matéria]

A denúncia acende um alerta para vítimas de crimes dessa natureza. Ao Farol da Bahia, a advogada Milena Pinheiro especialista em Direito das Mulheres explicou como agir em casos semelhantes. Confira abaixo:

O que é importunação sexual?

O crime de importunação sexual foi tipificado pela legislação brasileira em 2018 e abrange situações em que há prática de ato libidinoso sem o consentimento da vítima, com o objetivo de satisfazer o próprio desejo. Casos como beijos forçados e assédio em transportes públicos estão entre os exemplos mais comuns.

“É quando uma pessoa pratica atos para satisfazer sua lascívia, colocando o outro em situação de desconforto e medo, mesmo sem necessariamente haver contato físico ou penetração”, explica Milena. 

Como denunciar?

As vítimas podem denunciar os agressores à Polícia Militar pelo 190, à Central de Atendimento à Mulher pelo 180, ou presencialmente em qualquer delegacia, sem a necessidade de buscar uma unidade especializada. Em Salvador, a Casa da Mulher Brasileira funciona 24 horas e oferece acolhimento, registro de ocorrência e outros serviços de apoio.

A advogada Milena Pinheiro ressalta a importância da denúncia, mesmo sem provas comprobatórias, pois o depoimento da vítima já é suficiente para dar início à investigação. 

“O crime pode ser registrado em qualquer delegacia porque pode ser praticado por qualquer pessoa. E as vítimas precisam sim procurar a Justiça, pois a denúncia tem também esse caráter preventivo, para que o suspeito não cometa mais o mesmo crime”.

Qual a pena prevista?

O crime é considerado de médio potencial ofensivo, com pena que varia de um a cinco anos de prisão, caso o ato não constitua crime mais grave.

No caso de aplicativos de transporte, algumas plataformas disponibilizam recursos de segurança, como gravação de áudio da corrida e botão de emergência, mas especialistas ressaltam que, diante do impacto emocional vivido pela vítima, nem sempre essas ferramentas conseguem ser acionadas a tempo.

“A insegurança da vítima é tão grande que paralisa e o fato de estar sozinha é ainda maior. A gente não tem que focar no que poderia ter feito para não dar continuidade, mas focar na prática penal”, reforça a advogada.

Veja a nota da Uber na íntegra: 

“A Uber lamenta o caso e considera inaceitável qualquer tipo de assédio ou má conduta sexual. A plataforma defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza e encoraja que as mulheres denunciem qualquer incidente tanto pelo aplicativo quanto às autoridades competentes. 

O motorista teve a conta desativada da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio. A Uber se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações, nos termos da lei. Além disso, em parceria com o MeToo, a Uber conta com um canal de suporte psicológico, que foi disponibilizado para a usuária."

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