Juiz manda Sérgio Camargo explicar se post 'vou torturar' é confissão
Publicação faz menção à tortura e ao coronel Brilhante Ustra

Foto: Reprodução/Twitter
O juiz Gustavo Carvalho Chebab, da 21ª Vara do Trabalho de Brasília, determinou, na sexta-feira (22) que o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, explique se uma postagem feita no Twitter com menção a tortura é uma "confissão pública de coação moral e/ou física".
Segundo informações do portal Poder 360, Camargo escreveu em sua conta do Twitter, na quinta-feira (21): "Vou torturar sim, já que não posso nomear. Black Ustra!", acompanhado de emojis de risos e de "joinha". Pouco tempo depois, a publicação teria sido apagada.
O presidente da Fundação Palmares se referiu na postagem ao coronel, morto em 2015 por problemas de saúde. Ustra foi ex-chefe do DOI-Codi de São Paulo, um dos principais centros de repressão do Exército durante a ditadura militar, acusado de ter comandado torturas a presos políticos.
O post fazia menção também a uma decisão anterior da Justiça do Trabalho, que mantém Camargo afastado de atividades relativas à gestão de pessoas da Fundação Palmares desde 11 de outubro. Isso o proíbe de promover nomeações, exonerações, concessões de função gratificada, cancelamentos ou contratações de empresas terceirizadas.
Além disso, Camargo também foi proibido de praticar atos de cyberbullying, com comentários de assédio, perseguição e intimidação por meio das redes sociais.
Segundo o documento, a explicação sobre o post deve ser dada no prazo de cinco dias.
Na decisão de sexta (22), o juiz Chebab determinou também que o presidente da Fundação Palmares exclua postagens de seus perfis nas redes sociais que sejam contrárias à ordem judicial anterior. Se não o fizer, estará sujeito a multa.