O vermelho não é apenas a cor quente alusiva ao Dia dos Namorados, celebrado no Brasil nesta quarta-feira (12). A cor também dá nome ao movimento Junho Vermelho, que estimula a doação de sangue, um gesto rápido, simples, que dói uma picada de agulha – mínima, quando se sente. O esforço, no entanto, salva vidas e alivia dores realmente pesadas de pessoas que sofrem por diversas doenças, que exigem constantes transfusões de sangue.

Vale lembrar que a escolha do mês de junho não é aleatória, e sim porque se trata do período do ano em que os estoques de bancos de sangue, públicos e privados, caem drasticamente. Além disso, é o mês em que as temperaturas começam a cair, o que aumenta a incidência de infecções respiratórias que carecem desta salvaguarda à saúde.

É por isso que, em junho, instituições, prédios públicos e históricos, além de monumentos, inclusive na Bahia, ficam iluminados na cor vermelha, seja com luz artificial ou alguma simples faixa ou banner alusivas ao Junho Vermelho.

Mais do que estética, é uma forma sutil de avisar que pessoas precisam de transfusões diárias para seguir em frente e, exclusivamente neste período do ano, sofrem pela reserva escassa de sangue nos bancos. Afinal, a demanda de sangue permanece inalterada.

A redução da oferta preocupa e, de novo, legitima o Junho Vermelho. De acordo com pesquisa feita em 2017 pelo Eu Dou Sangue, em parceria com o Instituto Datafolha, cerca de 92% dos brasileiros disseram não ter doado sangue entre junho de 2016 e junho de 2017, e a análise que agrava este levantamento é uma possível incidência da negligência em períodos anteriores ou mesmo subsequentes. Outro dado nada motivador é que, além do recesso e do clima mais frio, feriados e dias chuvosos também impactam negativamente os hemocentros, que costumam registrar queda de 30% em seus estoques no período.

O Junho Vermelho é apenas um singelo lembrete da importância do ato de doar sangue, cuja adesão é de proporções grandiosas.