Ketanji Jackson se torna a primeira juíza negra na Suprema Corte dos EUA
Magistrada foi indicada pelo presidente Joe Biden em fevereiro deste ano

Foto: Reprodução/Twitter
Nesta quinta-feira (7), Ketanji Brown Jackson tornou-se juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos. O que parece mais uma ocupação de cargo é, na verdade, um feito histórico: Ketanji será a primeira mulher negra a ocupar esta posição nos EUA. Por 53 votos a favor, incluindo 3 republicanos, a 47 contra, a agora juíza da Suprema Corte pôde comemorar ao lado do presidente Joe Biden, que a indicou ao cargo em fevereiro.
Jackson, que foi duramente criticada pelos republicanos, tomará posse no segundo semestre, quando começa o novo ano legislativo. Apesar das críticas, a magistrada teve apoio de três republicanos críticos de Donald Trump: Lisa Murkowski, do Alaska, Mitt Romney, de Utah, e Susan Colins, do Maine.
No momento, o principal tema de debate da Suprema Corte é o aborto, liberado pela própria corte em 1973. Alguns estado criaram leis para barrar a realização do procedimento, e o tribunal analisa se a medida de um deles, o Mississipi, é válida. Outros temas na pauta deste ano são o ensino religioso e o porte de armas em locais públicos. Mas a expectativa é a de que o tribunal conclua esses casos até o fim do ano jurídico atual, em julho.
Histórico de "marco histórico"
Ketanji Brown Jackson cursou direito em Harvard e, além de tornar-se a primeira juíza negra da Suprema Corte, foi também a primeira defensora-pública negra a chegar lá, em 2000. Na época, Jackson conciliava a carreira de advogada e defensora pública, em que atendia pessoas sem dinheiro.
Em 2009, Ketanji foi indicada pelo então presidente Obama para a vice-presidência da US Sentencing Comission, órgão federal que busca padronizar sentenças. Depois, foi nomeada para a corte do distrito de Columbia, onde barrou uma tentativa do então presidente Trump de ampliar a deportação de imigrantes sem ouvi-los em audiência.A nova juíza será, apenas, a terceira pessoa negra nomeada para a Suprema Corte, o primeiro foi Thurgood Marshall, indicado em 1967, e o segundo, até hoje no tribunal, é Clarence Thomas, indicado em 1991. Com a chegada de Jackson, a Corte terá, pela primeira vez em 233 anos, 5 homens e 4 mulheres.