Levantamento aponta que insegurança alimentar pode afetar 16 milhões de pessoas na América Latina
Dados foram divulgados pelo PMA na última quinta-feira (11)

Foto: Reprodução/IBGE
Até 16 milhões de pessoas na América Latina podem sofrer de insegurança alimentar aguda (o estágio antes da fome) até o final deste ano, quase 12 milhões a mais do que o estimado antes da pandemia da Covid-19. Este cálculo exclui a Venezuela, onde antes da pandemia tinha 9,3 milhões de pessoas com grave insegurança alimentar no país, além de 1,2 milhão de migrantes venezuelanos na Colômbia e Equador, de acordo com os dados divulgados pelo PMA (Programa Mundial de Alimentos), na última quinta-feira (11).
A agência, que atua como o maior braço humanitário das Nações Unidas, projeta em um novo estudo que 270 milhões de pessoas no mundo têm acesso difícil e restrito a alimentos básicos. A pandemia se tornou um golpe para uma situação alimentar dramática que só piorou por quatro anos. Avanços que poderiam ter sido feitos em países específicos foram anulados pela covid-19, confirmou Tomson Phiri, porta-voz do PMA.
"Restrições sem precedentes à mobilidade, comércio e atividade econômica (como consequência das medidas para conter a pandemia) estão causando uma recessão global e fazendo explodir a fome", disse o porta-voz do PMA. O estudo, que contou com a colaboração da OIM (Organização Internacional para as Migrações), indica que há onze milhões de trabalhadores migrantes na América Latina e no Caribe, e que três em cada quatro vêm de outras partes da região.
Na América Central, os pequenos agricultores que não se recuperaram da seca e do mau tempo para suas lavouras têm muito pouca capacidade de resistência às dificuldades que a pandemia trouxe para suas vidas. As restrições ao movimento e o quase desaparecimento do turismo tiveram um forte impacto na Nicarágua, Honduras, Guatemala e El Salvador, onde centenas de milhares de famílias sofreram uma redução nas remessas recebidas.