Luís Miranda diz que o esquema para compra de vacinas é a segunda "Lava Jato" do Brasil

O deputado Luís Miranda (DEM-DF) falou que o esquema de corrupção dentro do ministério da Saúde para compra de vacinas é a segunda "Lava Jato" do Brasil. O deputado chegou a pedir ao presidente da CPI da Pandemia, OmarAziz, a prisão do policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que depõe nesta quinta-feira (1º) aos senadores. De acordo com Miranda, Dominguetti foi "plantado" na Comissão com "factóides". 

"Tem que se investigar quem plantou esse cidadão dentro da CPI", pediu Luís Miranda que falou que se o policial não for preso, "vai envergonhar toda a população brasileira".

Dominguetti foi chamado para depor depois que revelou um suposto esquema de corrupção na compra de 400 milhões de doses de imunizantes da AstraZeneca contra a Covid-19 pelo governo, que teria pedido US$ 1 de propina por cada dose à empresa Davati Medical Supply, intermediária de contratos de vacinas no Brasil. Nesta quinta, Dominguetti exibiu um áudio na CPI em que, supostamente, Luís Miranda teria negociado com a Davati. A CPI determinou a apreensão do celular do depoente.

Luís Miranda disse que, desde que depôs à CPI, virou um pára-raio de denúncias de crimes que teriam sido cometidos dentro do ministério da Saúde. O deputado afirmou que não apaga conversas e que o áudio trata de outra negociação. Ainda pediu que sejam quebrados todos seus sigilos de comunicações e bancários. "No meu sangue, não gira dinheiro público", registrou.

Na semana passada, Luís Miranda denunciou que o irmão dele, Luís Ricardo Miranda, teria sido pressionado a fechar um contrato irregular de compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin. Depois do escândalo gerado pela denúncia, o ministério da Saúde suspendeu o contrato nesta semana. Os irmãos Miranda prestaram depoimento na última sexta (23) à CPI.