Lula volta a dizer que extrema direita não voltará a governar o Brasil e desconversa sobre candidatura de Haddad
Presidente disse que discutirá candidaturas ano que vem

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Batendo com o dedo médio da mão direita no púlpito, o presidente Lula (PT) afirmou que "a extrema-direita não ganhará as eleições no Brasil" no ano que vem, em entrevista à imprensa neste sábado (7), em Paris.
"Estou te dizendo, olhando bem nos seus olhos", disse, em resposta a uma pergunta da Folha de S.Paulo. A extrema-direita não voltará a governar esse país, sobretudo com discurso negacionista, mentiroso, muitas vezes até canalha."
Lula foi questionado sobre a estratégia do governo para as eleições, diante do projeto anunciado da oposição de conquistar o Senado, que será renovado em dois terços, para impor pautas conservadoras --e especificamente se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderia deixar o governo para se candidatar a governador ou senador por São Paulo.
"Você acha que eu seria louco de responder isso agora?", reagiu Lula, sorridente. Em seguida, afirmou que só cuidará do tema no próprio ano eleitoral.
"Quando chegar o ano que vem, eu vou começar a discutir candidaturas. Eu não sei quem é melhor em que lugar. Nós temos que fazer o mapeamento do Brasil, ver a realidade. Eles querem eleger senadores, governadores, deputados federais, eu também quero. É um direito que todos queiram eleger. Quando chegar o momento exato, a gente vai escolher as opções", concluiu.
Repetindo o que já vem dizendo em outras ocasiões, Lula alertou para o risco de uma campanha da oposição alimentada por notícias falsas. "Não vai ser inteligência artificial ou fake news que vai fazer alguém ganhar a eleição. Sem respeitar as pessoas, os movimentos sociais, as mulheres, os negros, os indígenas, [a oposição] não vai ganhar as eleições."
Sobre as negociações de alternativas para o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), Lula reiterou que "está tudo acertado" desde a reunião do último dia 30 no Palácio do Alvorada, com o ministro Haddad e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). "Vai acontecer exatamente aquilo que nós acertamos. Sem briga, sem conflito. Apenas fazendo aquilo que tem que ser feito", disse Lula.