Mãe viraliza nas redes sociais ao compartilhar diagnóstico de testículo retrátil do filho
Especialista esclarece questões sobre a condição

Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Um dos pontos de maior preocupação dos pais e mães é com a saúde dos seus filhos. Por causa de diversos fatores, não é raro que crianças fiquem doentes, o que exige dos seus responsáveis atenção redobrada a todos os sinais que os menores apresentam a fim de evitar complicações.
Porém, em alguns casos, os pais são pegos de surpresa. Este foi o caso de Jéssica Ferreira, mãe do pequeno Miguel, de 10 anos, que foi diagnosticado com testículo retrátil.
No vídeo publicado no TikTok, que em quatro dias já acumula mais de cinco milhões de visualizações, 240 mil curtidas e 18 mil comentários, Jéssica relata que o filho começou a sentir dores na barriga, mal estar e febre há cerca de três meses.
Dois médicos consultaram o garoto e informaram que se tratava apenas de uma virose. Porém, com os sintomas persistindo e a preocupação crescendo, ela decidiu procurar mais uma vez um médico para realizar um exame mais detalhado.
Depois de um raio X e uma tomografia é constatado que o testículo da criança está preso na parede inguinal, região conhecida como virilha.
Apesar da surpresa relatada por Jéssica e expressa pelas pessoas nos comentários da publicação, esta condição é mais comum em crianças do que parece, conforme o relato do urologista João Estrela, médico do Itaigara Memorial, consultado pelo FAROL DA BAHIA.
“É uma condição bem comum em crianças. A gente pode perceber quando existe uma manipulação na bolsa, quando a criança sente frio ou quando tem algum tipo de estímulo ao reflexo nesta região”, disse.
O médico explica que o testículo retrátil é uma alteração benigna e uma condição de nascimento da criança, em que o testículo, por reflexo, acaba subindo para a região da virilha. Ou seja, ele sobe e desce e, por este motivo, eventualmente não é percebido na bolsa testicular.
Apesar de não ter uma causa específica, sua existência está relacionada à associação de dois fatores: um reflexo exacerbado da musculatura do cordão testicular e a frouxidão no ligamento, na fixação do testículo na bolsa.
Normalmente assintomático, o diagnóstico é clínico e pode ser feito através da observação tanto pelos pais quanto pelos médicos, sem precisar de exame adicional.
“Então, basicamente, é não palpar o testículo no saquinho e às vezes palpar. Ou perceber, visualizar o testículo subindo para a região da virilha”, detalha o urologista.
No vídeo, Jéssica afirma que sempre teve o cuidado com o filho e esteve atenta. Contudo, por causa do desejo de independência da criança, ela já não o acompanhava no banho.
O doutor ainda pontua que o tratamento normalmente é desnecessário, mas alerta sobre três casos em que ele pode ser indicado, podendo inclusive ser orientada a realização de uma fixação cirúrgica do testículo.
“A única indicação nesse caso é se o testículo permanece por mais tempo na virilha do que na bolsa testicular; se o paciente vem a sentir dor; ou se percebermos que o testículo está diminuindo de tamanho, ou seja, que é um comprometimento da função desse testículo”, concluiu.
No caso do pequeno Miguel, após a avaliação do cirurgião pediátrico, foi orientado o acompanhamento por endocrinologista pediátrico, já que os testículos estão ficando pequenos, e a realização de uma cirurgia para reverter a situação e fechar a parede inguinal.
Jéssica Ferreira encerra o vídeo reforçando que sua publicação é um alerta para as mamães de menino e destacando a importância de se consultar mais de um especialista para ter o diagnóstico correto.