Maia diz que "brasileiros podem começar a entrar em pânico" se governo não definir Plano de Vacinação contra a Covid
Presidente da Câmara dos Deputados garantiu que o assunto será definido até o final do ano

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que "os brasileiros podem começar a entrar em pânico" se o governo não definir o Plano de Vacinação contra a Covid-19 e defendeu que o assunto seja definido até o final do ano a partir de um diálogo entre o Executivo e Legislativo. Isto porque outros países já contam com calendário de vacinação, enquanto o Brasil ainda tem apenas estratégias preliminares. Maia adiantou que caso o Executivo não indique o caminho, a Câmara vai "avançar de qualquer jeito". Maia comentou que pessoas com condições financeiras começam a planejar viagens ao exterior para se vacinar.
"O ideal é que se organize em conjunto [Executivo e Legislativo], que a gente tenha um plano pra isso, porque as pessoas vão começar e começaram já a entrar num certo pânico ou num pânico grande. As pessoas que têm renda já estão começando a ver pra onde vão viajar pra tomar a vacina. Então é muito grave que o Brasil não defina logo um Plano, não resolva de forma definitiva qual é o caminho e como o governo vai trabalhar e como vai orientar o setor privado", falou.
O Ministério da Saúde divulgou na última terça-feira (1) uma nota após a reunião do grupo responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) com estratégias preliminares quanto à vacinação da população contra a Covid-19. De acordo com o texto, os imunizantes serão distribuídos em quatro fases considerando grupos prioritários. O primeiro conta a vacinação dos dos trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e casas psiquiátricas), além da população indígena. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos de idade. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares). A quarta e última deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade. Segundo o ministério, nestas quatro fases serão ofertadas mais de 109 milhões de vacinas, com aplicação em duas doses. O total já estaria garantido pelos acordos firmados com a Fiocruz/AstraZeneca e com a Covax Facility.
O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para dizer que assim que houver certificação da Anvisa, o governo ofertará a vacina a todos, de forma gratuita e não obrigatória. Ainda segundo Bolsonaro, não faltarão recursos para que todos sejam atendidos