Mais de 30% dos brasileiros acreditam que dengue acabou na pandemia, aponta SBI
Ministério da Saúde, no entanto, fala em crescimento de 43,5% no número de casos no país

Foto: Agência Brasil
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e pela biofarmacêutica Takeda, na terça-feira (15), apontou que 31% dos brasileiros acreditam que a dengue deixou de existir durante a pandemia da Covid-19.
Os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em contrapartida, apontou um crescimento de 43,5% no número de casos de dengue, considerando-se as seis primeiras semanas deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
Para o levantamento, a Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), ouviu, entre 19 e 30 de outubro de 2021, mais de 2 mil brasileiros sobre o impacto da doença no Brasil. Além dos 31% que acreditam que a dengue deixou de existir na pandemia, outros 22% afirmam que o risco com a doença diminuiu.
Dentre as razões apontadas para as duas situações, ao menos 28% alegaram não ter ouvido falar mais na doença e 22% responderam que “toda doença agora é Covid-19”. A preocupação agora é de que a falta de preocupação leve à um quadro de relaxamento dos cuidados com a doença.
“Essa realidade revelada pela pesquisa é preocupante. Com a urgência da pandemia da covid-19, muitas doenças infecciosas, como as arboviroses (dengue), foram colocadas em segundo plano e até esquecidas. Precisamos retomar a discussão e os cuidados com a dengue”, afirmou Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da SBI.
Dos brasileiros consultados, 30% afirmaram já ter tido dengue e 70% disseram conhecer alguém que já teve a doença. Entre os que já tiveram a doença, pouco mais da metade (55% do total) afirmou ter feito alguma mudança em casa para evitar a proliferação do mosquito, como aumentar a limpeza do quintal, evitar deixar água parada em vasos de plantas e aumentar o cuidado com a água parada.
Sobre a forma de contágio e transmissão, muitos brasileiros demonstraram ainda desconhecer como funciona. A primeira, por exemplo, não é totalmente conhecida pela população: 76% acertaram, outros 8% disseram não se lembrar de como ocorre a transmissão e 4% mencionaram que ela ocorre de pessoa para pessoa - o que não acontece.
Além disso, seis em cada dez entrevistados (59%) não sabiam quantas vezes uma pessoa pode contrair a doença. Apenas 2% reconheciam que se pode pegar dengue até quatro vezes, já que só existem quatro subtipos de dengue: quem já teve dengue causada por um tipo do vírus não registra um novo episódio da doença com o mesmo tipo.