Mais de 4 milhões de mulheres negras saíram da pobreza extrema com auxílio emergencial

Uma pesquisa publicada na última quarta-feira (5), pelo economista Daniel Duque, pesquisador da Fundação Getulio Vargas - Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE) apontou que o auxílio emergencial, criado pelo governo federal para trabalhadores informais e pessoas de baixa renda, no valor de R$ 600, deu a oportunidade de milhões de brasileiros manterem as necessidades básicas como alimentação e pagamento de água e luz durante a pandemia de Covid-19. 

Segundo Duque, o auxílio emergencial teve o poder de repor os rendimentos do trabalho e até rendimentos das famílias mais vulneráveis. "É a primeira vez em 30 anos que houve uma redução tão forte da pobreza junto a uma queda igualmente forte da renda média", explica.

O pesquisador ainda afirma que a população que mais depende do auxílio emergencial é a de mulheres negras, que estão em situação de maior vulnerabilidade. Em junho deste ano, mais de 4,2 mulheres negras já não estavam mais na extrema pobreza com a ajuda financeira. Número foi comparado com o mesmo período de 2019, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua.

A diferença também pôde ser notada entre os homens negros, onde também em junho deste ano 4,2 milhões de pessoas desse grupo saíram da extrema pobreza. O número teve muito mais impacto que os dados referentes aos os homens e mulheres brancos, 630 mil e 784 mil, na ordem respectiva, que saíram da extrema pobreza.

O auxílio que inicialmente seria oferecido por três meses e depois passou para cinco parcelas de R$ 600. No entanto, com o número crescente de casos e mortos em decorrência da Covid-19 e o número de brasileiros desempregados, que subiu para 13,3%, conforme os dados da taxa de ocupação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nessa quinta-feira (6), o governo federal, por meio do Ministério da Economia, estuda estender o auxílio até fina do ano, entretanto, com um valor abaixo do atual.