Mais de 6,3 milhões de baianos vivem com menos de R$ 413 por mês
Estudo aponta que pobreza no estado é maior entre pretos ou pardos (43,8%)

Foto: Agência Brasil
Mais de 6,3 milhões de baianos vivem abaixo da linha da pobreza, cerca de 42,9% de toda a população do estado. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dizem respeito a 2018.
Segundo o levantamento, a pobreza no estado é maior entre pretos ou pardos (43,8%) do que brancos (38,6%), sendo as mães solteiras negras a parte da população baiana em maior situação de vulnerabilidade. Mais de 75% delas são consideradas pobres, frente a 63% no Brasil como um todo.
Os dados do IBGE apontam que os moradores da Bahia que estão abaixo da linha de pobreza sobrevivem com R$ 413 por mês. O percentual de pessoas nessa condição que se declararam pretos ou pardos era maior que a média: 43,8%, ou 5,3 milhões eram considerados pobres.
A Bahia possui a terceira menor diferença na incidência de pobreza entre brancos e pretos ou pardos, ficando acima apenas de Mato Grosso e do Distrito Federal. “Em Salvador, a desigualdade, porém, era maior em favor dos brancos.
Enquanto 22,3% da população total da capital baiana estavam abaixo da linha de pobreza em 2018 (637 mil pessoas), entre as pessoas brancas o percentual caía para 15,2% (71 mil) enquanto entre as pretas ou pardas subia para 23,6% (558 mil). Era a 19ª maior diferença (8,4 pontos percentuais) entre as 27 capitais. No Brasil, a incidência de pobreza entre pretos ou pardos (32,9%) era mais que o dobro da verificada entre os que se declararam brancos (15,4%).”, aponta o estudo.
Mães solteiras
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“Na Bahia, a pobreza é mais frequente na população preta ou parda do que na média e entre as pessoas brancas. Mas ela atinge seu mais alto patamar num grupo específico de pretos ou pardos: mulheres que vivem sem a presença de cônjuge e com filhos menores de 14 anos de idade, ou seja, mães solteiras negras”, discorre a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros.
Em 2018, no estado, quase 8 em cada 10 pessoas que viviam nesse tipo de arranjo familiar estavam abaixo da linha de pobreza, ou seja, 75,1% das mães solteiras pretas ou pardas e seus filhos tinham menos de R$ 413 por mês, o que significava 682 mil pessoas nessa condição. Esse grupo representava 1 em cada 10 pobres na Bahia (10,8%).
E a vulnerabilidade dessas famílias à pobreza era maior no estado que no país como um todo. No Brasil, embora as mães solteiras pretas ou pardas também apresentassem em 2018 a maior incidência de pobreza, o percentual era mais baixo que o baiano (63,0%).