Mais de R$ 600 milhões são liberados para universidades, institutos federais e Capes
Ministério da Economia afirma que liberação “não se trata de um desbloqueio, já que não havia valores bloqueados nessas instituições”

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
O Ministério da Economia da Economia informou, no sábado (8), que aumentou em R$ 665,2 milhões o valor autorizado para empenhos até novembro para todas as universidades, institutos federais e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
A medida acontece depois da demanda encaminhada pelo Ministério da Educação. De acordo com a pasta, com esses recursos as instituições terão toda a dotação orçamentária disponível. A pasta alega que a liberação “Não se trata de um desbloqueio, já que não havia valores bloqueados nessas instituições”.
Porém, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) disse que o último bloqueio anunciado pelo governo terá um impacto de R$ 328,5 milhões nas universidades federais. Segundo a entidade, somado ao contingenciamento anterior, o bloqueio de recursos orçamentários das universidades totaliza R$ 763 milhões.
O anúncio do bloqueio na semana passada provocou forte reação das instituições afetadas, da oposição e de integrantes da sociedade civil.
O governo publicou o decreto de contingenciamento de R$ 2,6 bilhões em 30 de setembro. Em meio à campanha eleitoral, o detalhamento dos ministérios prejudicados pelo congelamento de despesas não foi apresentado pelo Ministério da Economia e tem sido chamado de “bloqueio secreto”.
Depois de dirigentes de universidades federais reclamarem do corte orçamentário feitos pelo governo às vésperas da eleição, o Ministério da Economia afirmou que o valor atualmente bloqueado do Orçamento do Ministério da Educação é de R$ 1,3 bilhão.
Esse montante é menor do que o informado por outros órgãos – na última quinta-feira (6), a Instituição Financeira Independente (IFI), do Senado, divulgou que a pasta continua com R$ 3 bilhões do Orçamento deste ano indisponíveis para serem utilizados em despesas discricionárias (que não são obrigatórias).
Após os cortes, a Andifes descreveu a situação como de “colapso” e disse que as universidades não conseguem mais respirar em um contexto no qual estima que o orçamento caiu pela metade em menos de sete anos, ao considerar a inflação.
Em 2022, foram dois cortes de recursos, que afetaram 7,2% do total, redução que chega a cerca de 13% quando somada ao contingenciamento anunciado na última sexta-feira.