Marco Aurélio Melo diz que ficou "perplexo" com decisão do Exercito sobre isentar Pazuello
Atual decano da Corte acreditava na sinalização de que "haveria uma punição"

Foto: Reprodução/Jornal de Brasília
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou estar "perplexo" com a decisão do Exército de arquivar processo que apurava a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um ato político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Como cidadão e integrante do Judiciário, fiquei perplexo. Como integrante da turma Euclydes Figueiredo da Escola Superior de Guerra de 1983, eu aprendi que disciplina e hierarquia são fundamentais paras as Forças Armadas", disse o ministro nesta quinta-feira (3), ao jornal O Globo.
Com aposentadoria marcada para o dia 5 de julho, o atual decano da Corte explicou que a perplexidade foi gerada pela sinalização de que "haveria uma punição". Além do Marco Aurélio, integrantes do STF ouvidos reservadamente pelo jornal entendem que o arquivamento do processo disciplinar contra o general desgasta a imagem das Forças Armadas, colaborando para uma perda de credibilidade da instituição.
Em nota divulgada ainda na quinta, o Exército informou que "não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello". Na semana passada, Pazuello apresentou sua justificativa oficial e afirmou que o ato em questão não era político-partidário porque que Bolsonaro não é filiado a nenhum partido e que não há campanha em andamento no país.


