Marinha: desastre ambiental é inédito no mundo
Balanço foi divulgado em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (4)

Foto: Agência Petrobras
O Ministério da Defesa apresentou na tarde desta segunda-feira (4), em Brasília, em entrevista à imprensa ,o balanço sobre as ações contra as manchas de óleo que atingem o litoral nordestino desde início de setembro. De acordo com o comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, trata-se de desastre inédito no mundo.
Sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro, o ministro afirmou que não teria como dimensionar a quantidade de óleo que estaria no mar. "Dizer quanto óleo ainda tem é muito difícil falar. Até porque há um arrefecimento", afirmou. "Como o óleo vem submerso, nós não sabemos se ainda existe muita coisa ou pouca coisa".
Operação
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou que o trabalho nas praias nordestinas até agora demandou a ação de mais de 3.370 militares da Marinha e 27 navios (23 da Marinha e 4 da Petrobras). Também foram empregadas 14 aeronaves, 5 mil militares do Exército, 140 viaturas, 140 servidores do Ibama, 40 do ICMBio e 440 funcionários da Petrobras.
Investigações
O delegado Franco Perazzoni, da Polícia Federal, afirmou disse que a empresa Delta Tankers vai ser notificada para prestar esclarecimentos sobre o derramamento. Na semana passada, a PF deflagrou a Operação Mácula, que apontou o navio Bouboulina como suspeito de derramar ou vazar o óleo que atingiu o litoral nordestino.
"A empresa vai ser notificada agora, vai tomar conhecimento do teor todo da investigação, e vai ser solicitada via Interpol para apresentar os documentos e as provas que alega ter. A empresa é suspeita no momento, não houve indiciamento", afirmou o delegado.
De acordo com o Ibama, 314 localidades de 110 municípios nos nove estados do nordeste foram atingidos pelas manchas. 4 mil toneladas de óleo já foram recolhidas das praias.