MBL e Vem pra Rua pedem que atos deste domingo sejam apartidários
Em Salvador, manifestação tem concentração pela manhã no Farol da Barra

Foto: Arquivo/Agência Brasil
As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), marcada para este domingo (12), ocorrem em meio ao esforço dos organizadores em manter um caráter apartidário e sem palanques para 2022. Os protestos foram convocados por movimentos de centro-direita e reforçados pela adesão de centrais sindicais e do PDT de São Paulo e estão previstos para acontecerem em 15 capitais do país. Este é o primeiro ato de rua organizado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), pelo Vem pra Rua e pelo Livres na campanha de impeachment de Bolsonaro.
O PT e o PSOL, além de outros setores da esquerda, não participam dos atos deste domingo, mas se mantêm também, em campanha paralela que pede a saída do presidente. Mesmo com objetivos em comum com a esquerda - a saída do presidente Bolsonaro - a aproximação entre as duas ideologias é um tabu, uma vez que esses movimentos ganharam projeção nacional durante a campanha pelo impedimento da então presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2016.
O protesto de hoje é encarado pelas lideranças como uma oportunidade de resposta aos atos do 7 de setembro, quando manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma intervenção militar no país, e o presidente afirmou que deixaria de cumprir ordens judiciais do ministro do Supremo, Alexandre de Moraes. A carta publicada por Bolsonaro, na qual ele sinaliza um recuo, foi encarada com ceticismo pelos organizadores.
Os movimentos pretendem evitar o uso da manifestação como palanque político, mas os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (Novo), além de senadores como Simone Tebet (MDB-MS) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), e uma série de deputados estaduais e federais, são aguardados nos carros de som.
Para conter um eventual clima de pré-campanha, o MBL planeja uma "coreografia" que transmita roupagem "suprapartidária". Segundo a porta-voz do MBL, Adelaide Oliveira, no momento em que figuras políticas subirem ao carro de som para discursar, a partir das 15h30, eles devem retirar bandeiras e núcleos do movimento e cobrir o veículo com uma bandeira branca e a palavra "democracia". O movimento também convida os manifestantes a irem de branco para os atos.
Em Salvador, os atos foram organizados pelo partido Novo e o movimento Livres. O MBL não participou da organização dos atos, mas declarou apoio. A manifestação começou as 09h e está acontecendo no Farol da Barra.